quarta-feira

Novas experiências...



Somos o que vivemos, mas também, pensamos como estamos vivendo...


A cada comentário que recebo x o que escrevo x o que leio, percebo que a situação existe ou é percebida, caso haja alguma experiência pessoal ou próxima dos fatos.

A identificação vem sim, através do que passamos ou quando estamos muito próximos da situação ou sujeito, se não, não há química. Seria muito difícil esperar de cada indivíduo que compartilhe da mesma sede, quando há uma bica em seu quintal... Falar que entende, compreende e que sabe exatamente como é, somente são frases que formulamos ou repetimos, quando não temos o que dizer, como consolo ou até mesmo compaixão, porém sentir o que o outro sente ou passa, realmente é coisa para Jesus Cristo, não para nós...

Acredito até, que em muitas vezes nem é proposital ou é a indiferença à situação alheia, pois na maioria passam quase que despercebidas em nossa rotina fatídica, misturada aos prazeres do consumo, que quando olhamos e não vemos, ou vemos mas não focamos e simplesmente continuamos, seguimos, alheios ao que tange a vida do outro...

Aí, quando naquelas voltas enormes que nosso mundo faz, onde nem sempre o que está em cima, fica exatamente em cima e as posições se invertem, típicos da natureza, justa em que cada dia é um dia, para cada ser, experimentar, vez ou outra, o gosto da cereja do vizinho ou a falta do gosto de quem nunca a conheceu.

Com a ajuda química, mas quase imperceptível no meu corpo (pasmem, porque pasmei eu, com a mágica da coisa) do meu moderno anti-tristeza, senti várias vontades adormecidas: vontade de não comer por tédio, vontade de andar, vontade de dar e receber carinho, ver pessoas, sair mais de casa por gosto e não necessidade materna e sim finalmente trabalhar!



Ahhhh... Eu sempre amei trabalhar... Uma das coisas que mais me fazia falta era trabalhar  fora de casa... O processar das idéias, o relacionamento ora conflitante, ora prazeroso, o experimentar de cada roupa, apressada, o batom, o brinco, o perfume, as fofocas e os segredos, os olhares, a adrenalina dos prazos curtos, a impaciência pelo salário, as críticas e elogios, o mau e o bom humor, o cansaço e os cafés...

A arte de entender o outro, se colocar no lugar do outro, ajudar e ainda não criticar... Coisa para se não Jesus e artistas tarimbados...

No último dia 02, vi um anuncio: "Representante de Atendimento" - período de trabalho: Das 20h as 02H20, não precisa de experiência e o fretado me traria em casa por volta das 3h. O salário, bem, realmente é muito baixo, visto que não ganho salário mínimo há mais de 20 anos, mas para quem pretende ficar com as filhas durante o dia, sobra poucas opções de trabalho para quem tem formação ou experiência, restando apenas subempregos ou trabalhos que quase ninguém com algum embrulho e talvez conteúdo quer...

Está sendo uma grande experiência... Além do trabalho em si, totalmente novo, a convivência com pessoas não aceitas pelo mercado de trabalho. Pessoas que não se encaixam no perfil de beleza, opção sexual, formação e experiência e que ocupam, como eu hoje, a vaga em um "Call Center".

Hoje é meu último dia de treinamento, já fiz as quatro provas aplicadas, minhas metas são rigorosas, serei monitorizada nas 6h20 de trabalho, durante os seis dias da semana que estarei atendendo em torno de 120, 150 pessoas por noite/madrugada. A média/meta de atendimento é de no máximo 3 minutos e 38 segundos e a quantidade de informação que tive que estudar nestes últimos 15 dias, sobre aparelhos celular, planos, recargas, freqüência, bônus, rooming, etc. etc. etc., é extenso e difícil de imaginar que alguém que vai ganhar um salário base de 510,00, carece de tanto conhecimento, tanta informação, tanto preparo, tanta avaliação, como estou aprendendo com esses profissionais....


Só experimentando mesmo para crer!

A convivência com as pessoas está sendo um deleite, estou tendo a oportunidade de sair do meu quadrado, do meu aquário e misturar-me às pessoas comuns, normais, a grande massa sofrida e espremida com a pouca mistura, com as cantigas do boi boi boi, boi da cara preta... Com a falta de estímulo e de vontade de querer mais e melhor... Pessoas que se contentam com o mínimo que o mínimo proporciona, com o dividir constante, coisa que gente de classe média conhece e se recusa a fazer e coisa que rico nem sabe o que é.

Quem tem olho na terra de cego é "Rei", é o ditado mais apropriado à situação... Estou gostando da oportunidade de estar perto, de participar e saber que é opcional, pois para quase que a totalidade, é necessidade mesmo!

Gosto de ouvir os diálogos... De ter metas, de ter algo a alcançar, mesmo que seja a lingüiça de chouriço, pendurada na frente da manada, mas, fazer parte da corrida, mesmo que eu fosse totalmente vegetariana, vale pelo todo, pela competição, pela oportunidade, pelo movimentar de cada dia, por sentir que se está vivo e em conjunto, em algum grupo, mesmo que não seja o seu preferido ou de costume...

Não que estamos bem de grana não, mas Graças a Deus, não estou precisando colocar esses "dinheiros" (como diz minha amiga Balzaquiana) em casa... O trabalho está sendo benéfico para minha cabeça e minha alma, mesmo que o bolso ainda não sorria no dia pagamento.

Estou fazendo umas pesquisas, sobre o prazer e o sofrimento no trabalho, o stress no "Call Center" (esse mundo tão novo e cheio de particularidades) e por estes dias, agora passado as avaliações, terei mais tempo para voltar a escrever e ler com maior freqüência, visto que já faz mais de dez dias que não publico e nem comento nada!

Meu sono é enorme pela manhã, pois chego às 3h da matina. Ainda tenho minha rotina de casa e principalmente com as meninas, compromissos com médicos, ortodontista, fono, esporte...enfim, tenho que continuar ligada...

Sinto falta de ler os textos dos blogs nos quais admiro e sinto grande prazer em comentar, mas acredito que dentro de um mês, meu corpo acostuma e estarei mais organizada com o sono x trabalho x casa x filhas x marido x as coisas que gosto de fazer...

"Não sois máquina. Homens é que sois."
Charles Chaplin

Amigos blogueiros de casa e novos que aqui passaram neste último post, vou na próxima folga, entrar nos blogs antigos, conhecer os novos, comentar, enfim fazer tudo o que o tempo me permitir...

"Vamos nos permitir...Que não tempo que volte amor... (Lulu)"

Saudades de todos: Sal, Fer, Déia, Mi Satake, Vaneza, Dama, Jou, Lua, Luneta, Gilmar, Franck, Rafa, Marcos, Érico, Marli, Vanessa, Dom Martins, Isa, Esther, Amanda, She, Elaine, Alexandre, Luis Fabiano, Fabiane, Marcia Albuq, Marga Ledora, Pimentinha, Tatiana, Sonia Pimentinha, Sandra,
Erica, Letícia, Sãozita, Jonnhys, Tati, Flávia, Fernando, etc..etc..

Espero sinceramente, que estejam todos bem de sáude e de cabeça!

Obs. Peço desculpas aos meus queridos Déia, Esther e Gilmar pelos selos oferecidos e aceitos com prazer, no qual ainda não tinha tido a oportunidade de agradecer pelo carinho e lembrança... Muito obrigada!

País de elite.



Vivemos em um país subdesenvolvido, pobre, analfabeto e elitista!

Estranho, porque temos fama de um país acolhedor, porém acolhedor é o seu dinheiro e o que ele compra, o resto são folclores como muitos daqui...

As pessoas fingem que isto não existe, para que possam ser politicamente corretas ou dizerem que isso não importa, falar que o que vale é o sentimento, a amizade, a solidadariedade e o respeito...

Blá,blá,blá... Balela, mentira, histórias da Carochinha... Desculpem-me, mas isso é hipócrita demais.

Vale o que você tem e não o que você é. Isso é um fato! Se você não tem dinheiro, emprego, diplomas, roupas, carro confortável, não sabe falar, não tem gosto apurado e não usa um bom perfume,... Desculpe, mas você será excluído de tudo e de todos, porque as pessoas não vão ser acolhedoras como alguém que nada lhes acrescentam, financeiramente ou intelectualmente.

O que fazemos com essas pessoas?

Deixamos que, juntem-se e formem "Tchans", "Reboleitions", quadrados, quebra-isso, quebra-aquilo, tiririquem-se, para que olhemos somente para seu quadril, porque o quadril não precisa falar, precisa só rebolar e divertir a roda dos whiskys e dos prós seco!



Você diverte, mas não é divertido, você é uma pessoa, mas jamais será tratado como gente, você tem cérebro, mas não sabe pensar, você não opina, você não escolhe, você recebe a sobra e precisa sorrir, porque a roda precisa de seu sorriso, para bater a meta, a meta dos solidários à própria consciência...

Migalhas dormidas do seu pão, já dizia Cazuza...

Escrevo aqui isso, porque já permeei em muitos meios e uma coisa é o sorriso, a outra é a convivência. Cumprimentar uma pessoa, não significa que você está aceitando a mesma, apenas está livrando a sua consciência que já cumpriu seu papel.

Fiz minha caridade de hoje, cumprimentei o pobre numero duzentos de hoje, acho que já cumpri meu dever cristão e de cidadão!

Nossa, sou um exemplo de ser humano, sou humano então! Aplausos para o espiritualizado consciente social. Ele vai dormir melhor hoje, hoje talvez ele não precise de tanta droga para descansar...

Porque pessoas mal vestidas, que andam com carros velhos ou que não tem dinheiro, na verdade não tem direito a nada, não digo nada material, nada de nada mesmo. Nada de palavras, nada de amizades, nada de afeto, nada de respeito, nada de amor, NADA!

Se você não tem nada, isso quer dizer que você é nada. E quem nada, também bóia...

Porque informação para quem não tem dinheiro, para quê? Para nada vai servir, porque nada a trocar, nem mesmo a informação. Pessoas assim não fazem nada com muita informação.

As pessoas são tão hipócritas que acham que, sabe mais quem tem mais dinheiro ou que entende mais de finanças ou letras, ou que está com a melhor roupa. Inteligente é o senhor ou a senhora que carrega 500 aparelhos em torno de si, porque gente inteligente tem que carregar o mundo em torno dele, da cintura, da orelha, das mãos, dos olhos, na direção, precisa estar tudo nas mãos para que possa ouvir e ser ouvido. Gente importante tem que ser ouvida e aplaudida de todas as formas possíveis.

Gente pensante precisa ter os controles remotos nas mãos para sempre jogar...

Eles precisam dos sorrisos e dos aplausos... As pessoas são gulosas... Muito gulosas, mas, gente "chique" não deveria comer pouquinho? Comer devagar? Limpar os cantos da boca com o guardanapo e colocá-lo com delicadeza em cima das coxas das pernas... Falar baixo... Fazer movimentos leves, calmos, sincronizados, não abrir muito a boca para rir... Não colocar os cotovelos na mesa... Pequenos goles, para ser educado...

Não podem querer muito! Encher muito é feio, precisa colocar menos dinheiro no bolso, é feio falar com os bolsos cheios... É feio cuspir dinheiro quando está falando, é feio ser guloso... Goles menores, menos... Bem menos, não enche tanto o bolso!

Mal educados, esses seres pensantes!


O mundo entra em colapso diariamente por conta de tanta cobiça e poder, o dinheiro impera, tal como a vaidade.

Pisamos nas pessoas que é a grande massa, porque eles não conseguem cheirar bem, porque se vestem mal e porque falam errado... Pisamos porque eles estão à margem de um sistema que foca apenas o dinheiro, não se importando com a educação. Pisamos sorrindo, sendo gentil, porque somos seres que ainda com os guardanapos nas coxas, temos pés pesados, porque somos muito, muito gulosos...

Como podemos esperar educação de quem tem fome ou quem ganha somente para comer arroz e feijão. O que esperar do seu gosto musical ou do seu apreço por poesias e música, se seu filho clama por um copo de leite? Será que algum dia vai ter discernimento para entender o grito de desespero da opressão, em uma nona sintonia de Beethoven? Ou de um político mentiroso que oferece os portões dourados e pontudos dos buracos mais profundos...

Os brilhos seduzem todos os olhos, mesmo àqueles sempre fechados, que nada veêm ou pouco enxergam...

Exceções não são regras, exceções não movimentam o mercado, não somam estatísticas, não controlam a renda per capita, exceções são exceções...

Tal como a flor, delicada  no meio do cimento, em uma grande metrópole... Quebra, rompe, colore, e emociona...Mas, também morre! Sufocada pelo concreto...



A gente não quer só pasto e água...

quinta-feira

A Cura

  

Tenho assistido e gostado muito da minissérie: "A Cura" que vai ao ar (infelizmente) somente às terças-feiras, por volta das 23 h. na Globo.


Como são capítulos semanais, ficamos contando os dias para chegar a próxima terça e assistirmos um pequeno capítulo, desta história de mistérios e suspense. Quem nunca assistiu independente de crença ou religião, vai gostar, pelas histórias instigantes (duas correndo paralelamente em duas épocas), elenco de peso e produção, que dispensa comentários...

Além de todos os pontos bem brasileiros, diferentes dos enlatados americanos tão distantes de nossa realidade e cultura. (Desculpe-me os que gostam, mas àqueles seriados americanos são tão artificiais e frios, quanto os americanos...)

Apesar de eu particularmente, gostar de todas as minisséries da Globo, esta me chamou à atenção pelo tema:  A CURA, o salvar, o resgate...

As maneiras mais adversas de se tentar intervir na doença e na morte. Como se pudéssemos mudar o curso, a trajetória dos males... Essa busca humana incessante, pelo sobrenatural (que muitas vezes é pura encenação ou até mesmo delírios), mas, o mover das pessoas, que procuram esses curandeiros, místicos, videntes e paranormais para curar sua dor.

O que levam às pessoas a passarem por tudo que elas acreditam e vivem, para buscar qualquer solução para suas dores e perdas?

Acredito que ainda é o amor...



Ainda que saibamos que coisas assim não são possíveis, acredito que o interesse que há por de trás do tema é a vontade absurda que todo ser humano tem de intervir nos acontecimentos e mudar, transformar a espaço, o tempo e os acontecimentos.

É a busca constante da cura para que possamos manter àqueles que amamos próximos, como se pudéssemos mudar o curso da vida ou as escolhas Divinas.

Não critico pessoas que recorrem a tudo, porque felizmente nunca tive alguém muito próximo que estava entre a vida e a morte que quisesse verdadeiramente, ou que não aceitasse o fato, de estar partindo... Porém, se penso em minhas filhas, meu esposo, fico pensando até onde eu, em meu desespero iria, para que pudesse salva-los e mante-los ao meu lado, para que possa amar e recebendo seu amor... Para que não me deixassem, como se isso fosse possível... Mas, em momentos de desespero fico pensando até onde iríamos por eles.

Alguns até podem não estar confiando nos caminhos determinados por Deus, ou até não crêem Nele, porém eu penso que há por trás, a falta, mesmo nestes momentos de tanta dor, do equilíbrio para decidirmos o certo do errado, o charlatão do honesto, o bem do mal, do lícito e do criminoso, os limites que nossa mente e nossa crença nos dão diariamente para que possamos conduzir nossas vidas...

Sou uma que creio em Deus e o aceito, como condutor de minha vida e sei que tudo que nela acontece, tem um propósito e um caminho no qual Ele determinou e determina a cada dia, porém sei que como homens, somos muito falhos, portanto penso eu, que para nossos filhos e pelo amor, esquecemos a tudo e a todos e vamos atrás de tudo que se é possível para não perde-los.

Isso nem é consciente, é desespero, dor e emoção!

É daí que também entendo o tão grande foi à ação de Deus, dando-nos seu filho, para que morresse por nós, de maneira tão dolorosa...

Nem consigo imaginar o tamanho e o quanto de amor nisto há, pois fico pensando nos meus... Realmente eu não faria o mesmo!



Precisamos mesmo de doses e doses de amor para que possamos compreender a vida e a morte, mesmo que ainda não possuimos entendimento para tanto, mas para amar, precisamos apenas desejar amar e amar e amar, sempre, nos momentos de felicidade e de dor...

Somente o amor pode nos curar!

"O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar." (Charles Chaplin)
Dedico este post aos familiares e amigos do blogueiro HOD, (O olhar de Carpe Diem para o Século XXI) - (entrevista dele no Espaço Aberto) que ontem,  seguiu para o encontro com Deus...

Espero sinceramente que Ele, possa estabelecer a cura nos corações dos seus e trazer paz e as boas lembranças que o amor do Hod fez ao longo de sua vida.