quarta-feira

Regina Brett...E os números.


Semana passada fui à uma clínica médica e na recepção,  vi três páginas penduradas no mural de avisos, com o titulo abaixo (em vermelho) 45 frases, achei muito bom e concordo com todas as 45 lições... Porém, antes que você as leia, ou diga: "Nossa eu já li estas frases nos blogs e nos e-mails por ai "trocentas" vezes", eu gostaria de falar que, primeiro, eu nunca havia lido tal frases, nem por e-mail e nem através do blog de ninguem (achei que alguem também poderia gostar). Mas, o que mais me chamou a atenção, que fazendo uma rápida pesquisa, descrobri que apesar de muito divulgadas as lições e seu título (mais de 400 mil acessos):

ESCRITO POR REGINA BRETT, 90 ANOS.
(Achei até um blog que tem a imagem da velhinha de 90 anos junto ao texto...)

A Sra Brett, tem hoje, apenas 54 anos (Veja a explicação/correção nesta página) e escreveu essas frases aos 45 e disse que quando completasse 50, acrescentaria mais 5, ficando então as 50 frases, que publicou em seu livro: "God Never Blinks" ((leia mais aqui)



Ela afirma que é uma lenda urbana... (Sobre Regina Brett) e que não entende o odometro da net, com seus 90 anos...

Interessante isso, de como a Internet que muitas vezes imaginamos ferramenta riquíssima de pesquisa para nós e para nossos filhos, tornam verdade para mais de 400 mil pessoas uma mentira em questão de segundos...

Fiquei pensando nisso e mais uma vez assustada com o mundo que vivemos, onde atribuo isso também ao fato da falta do contato físico, da conversa e da troca de palavras e informações, assim olho no olho, às vezes o tão comodo e econômico, clicar,  nos fazem preguiçosos com o nosso aprendizado, porque a partir de uma mensagem, muitas vezes tomamos aquilo como verdade e passamos adiante (como falsos e-mails e/ou falsos pedidos de ajuda ou avisos policiais, etc ) porque não estamos mais preocupados com o teor e sim participar da grande corrida da velocidade... Sim os conteúdos demoram demais...

Como que nas relações, muitas pessoas, uma grande mutidão, mas de pouco teor...

É a era da distância e do tanto faz, dos vazios, da quantificação em troca da qualificação.Assim produzimos aos montes comidas, colegas, beijos, roupas, lixo, relações, palavras, sentimentos, remédios, doenças, pensamentos, mentiras...

Corre e pega rápido se não acaba!

E o twiter aí gente!

Corre, Corre, Corre, pega o instantâneo se não vc fica por fora!

Assim, somos os produtos em série deste mundão, os humanóides da linha de produção... Fazemos mais um número desta estatística, de médicos com seus testes, somente quantitativos (eles não querem saber se vc se alimenta ou vive diferente, na pesquisa diz que vc esta na faixa etária x então tá dentro, toma e pronto). 

Somos da geração quantidade! Das relações do números de pessoas a serem somadas no final da noite... E aqui na blogesfera, o numero de "seguidores", que no fim somam mais e mais quantidade do que qualidade...

E os números... Não sei porque eles me perseguem.... 

Mas, para quem não leu, vai as 45 lições:

Para celebrar o envelhecer, 45 lições que a vida lhe ensinou:
1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
3. A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.
4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.
5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.
6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para discordar.
7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.
8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele agüenta.
9. Poupe para a aposentadoria, começando com seu primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.
11. Sele a paz com seu passado, para que ele não estrague seu presente.
12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que se trata a jornada deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.
17. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeroso.
18. O que não te mata, realmente te torna mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de você e mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite "não" como resposta.
21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Se prepare bastante; depois, se deixe levar pela maré...
23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela sua felicidade, além de você.
26. Encare cada "chamado" desastre com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todos.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
31. Indepedentemente de a situação ser boa ou ruim, irá mudar.
32. Não se leve tão a sério. Ninguém mais leva...
33. Acredite em milagres.
34. Deus te ama por causa de quem Ele é, não pelo que vc fez ou deixou de fazer.
35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
36. Envelhecer é melhor do que morrer jovem.
37. Seus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa, no final, é que você amou.
39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como vc se sinta, levante, se vista e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente"

segunda-feira

Minha espiritualidade...Fui convocada!

(continuação do post: Minha espiritualidade II)

(Guarujá-SP- Vista da praia da Enseada)

Ele me levou para sua casa, suplicou para que seus pais me deixassem ficar por uns tempos, qualquer lugar servia, mas sua mãe não permitiu. Foi a primeira vez que vi um homem de 1,96 de altura, de joelhos, mas sua mãe não cedeu, disse que não éramos casados... Não dormimos naquela noite, conversamos muito e ele lembrou-me da irmã que estudava e morava no Guarujá-SP, imóvel dos pais também, este sim a mãe permitiu, sob a condição de eu dormir no quarto de empregada (eu não poderia dormir nos quartos da família) deveria ajudar na limpeza da casa e contribuir com as contas. Trabalhei em lojas de roupas, no Shopping Enseada, das 10 às 22 horas, de domingo a domingo, pois só ganhava comissão, a época era boa, de férias, não parávamos nem para o banheiro, tive até pedra no rim, mas ganhei o suficiente para ajudar nas contas e para quase todos os gastos com o casamento. Trabalhei até o final da temporada, final do Carnaval, acabaram-se os turistas, acabaram-se as vagas... Tive que voltar para a casa do meu pai, porém de casamento marcado para o final do ano. Cuidei das gêmeas por um tempo, depois arrumei emprego e finalmente novembro chegou!

(Igreja Nossa Senhora do Rosário -Campinas -Foto de Eduardo M. P. Dantas)

Pagamos os gastos do nosso casamento e mesmo ambos sem credo ou religião, casamos na Igreja Católica, seguimos o conveniente e o convencional. Alugamos e mobiliamos uma casinha simples,  proxima a Osasco. Ganhei o vestido de noiva, a champanhe e o bolo do meu pai, em sua casa, apenas para o brinde, não tivemos festa, mas ele entrou com My Way , eu com Pompa e Circunstância,. Não tive lua de mel e nem a viagem, minha mãe e seu namorado estavam entre os que estavam nos bancos, alguém os avisou da data... Ao final da celebração, na porta da igreja, ganhei uma noite em um hotel da cidade, como um presente. No dia seguinte, seguimos para Osasco, vida normal, havia uma banca de jornal nos esperando, uma nova jornada... Trabalhávamos muito, das 5h da manhã até 19h, depois comecei a fazer faculdade e estendia até 23 horas... Depois comecei a vender trufas e bombons na faculdade e às vezes conseguia dormir umas 4 horas por noite, tivemos alguns comércios, bancas de jornal, banca de flores, loja de ração, muitos cachorros, gatos, muito trabalho, pouco dinheiro e muita distância... Arrumei um outro trabalho, uma clinica, no qual fiquei quase dez anos, nossos horários e hábitos não se encontravam mais e infelizmente quatro anos depois nos separamos...

Um dia percebemos que não fazíamos amor há meses... Não nos tocávamos quase nunca... Conversas sobre o quanto comprar, aonde e para que... Eu mergulhada em meus objetivos (estudar e trabalhar) não o via mais, e ele mergulhado em seus afazeres (comércio) também não... Eu com meus 24 anos e ele com seus 28, agora em caminhos opostos... Amor não alimentado  é amor morto!

A vida tem muitos caminhos, pessoas e coisas para que possamos nos distanciar do essencial para nossa vida, porém só nos damos conta quando já estamos muito distantes, quando já percorremos um grande e longo caminho... E nestes caminhos, como uma floresta, há muitos lobos e carneiros, mas os lobos são sempre mais atraentes, a felicidade instantânea como num envelope de sopa em segundos ficam penduradas o tempo todo na sua frente, você pega, coloca uns segundos no microondas, meche e engole... E simplesmente segue, vai para a próxima rua, encontra outro envelope e toma e segue, pegando e seguindo... Sempre em frente... Sem se preocupar com as marcas, arranhões, picadas ou mordidas, você se alimenta e vai!
Depois de seguir tanto, você percebe que não eram bem aqueles sabores, nem aqueles lobos, nem tão pouco aqueles carneiros, mas você já faz parte daquilo, já virou uma arvore, grossa, já está com muitas folhas, já comeu, bebeu, passou frio e sobreviveu no meio de tudo aquilo a base dos expressos, dos instantâneos e não parou para sentir nem saber sobre nada, nem dos perfumes, nem das essências...Não percebeu que não teve frutos, que não se uniu a nada e nem a ninguém, você só criou cascas!

Eu era uma grande árvore oca, cascuda e sem frutos...

Fui ver minha mãe quando me separei, depois de muita insistência dela... Mais de cinco anos sem sequer trocar um telefonema, recebia suas cartas, seus recados, seus postais de vários lugares do Brasil e do mundo, mas não os respondia até então... Voltamos a nos relacionar na separação. No período em que estivemos casados,  eu comecei a pagar um apartamento popular e ele um grande terreno na Grande SP, ele sonhava com a casa e eu com o apartamento próximo ao meu trabalho... Na separação cada um ficou com o seu sonho, ainda que no papel... Eu tive que ir para uma pensão, pois não ganhava o bastante para a faculdade, a prestação do apartamento e mais outro aluguel, fora que eu precisava de transporte e comida.

Eu dormia na pensão, com muitas mulheres diferentes das quais eu conhecia até então. A maioria de outros estados, trabalhavam como auxiliares de limpeza do banco Bradesco (Cidade de Deus), eram imigrantes do norte e nordeste, sem familiares por perto, assim como eu, sozinhas... Para trabalhar, elas usavam aquelas botas de borracha o dia todo, tinham longos cabelos e no mesmo local, nos dormíamos, elas cozinhavam, tomávamos banhos, era um único cômodo, cerca de oito a dez beliches, o chão era de ardósia e não tinha luz do dia, pois ficava no porão da proprietária da casa, local descente, e de gente humilde, mas era muito frio no teor e na essencia e tinha tantos cheiros,  de tanta coisa presente e diferentes naquele quarto, que não sabia decifrar o que era exatamente... Lembro-me que elas não conversavam muito comigo, pois achavam que eu tinha muitas roupas e também não cozinhava para preparar a minha marmita, não lavava a louça no tanque onde se lavavam as calcinhas... Portanto não entendiam porque eu estava ali! Eu tinha tanto nojo de tomar banho, porque os cabelos delas entupiam o ralo e quando eu ia tomar banho a água começava a subir no meu tornozelo que eu sentia desespero... Eu cortei meu cabelo bem curto, para tomar banhos rápidos e procurava deitar logo... Quantos cheiros... Eu chorava, lembrando que há pouco tempo eu tinha um marido e uma casa e no outro estava ali naquele lugar, eu me culpava e me arrependia dos meus sonhos, das estradas que almejei em trilhar, deveria ter feito outra coisa, não deveria ter ido estudar, não deveria ter andado por este lado, mas eu sempre queria mais, eu não queria mais andar de Variante verde abacate, eu não queria morar mais em casa de fundos, eu não queria mais depender de ninguém, eu queria ter uma família, mas achava que para isso eu precisava do estudo, do dinheiro, do carro, da casa e de tudo que estava tão longe de família...

Não era nada disso...

Aos 25 anos, quando eu já estava em meu apartamento, concluindo minha faculdade, ganhando bem, totalmente livre e independente, soube que tinha um problema de saúde, tratamento possível, como o faço até hoje (um dia falo melhor sobre isso de quando e como, ainda não é o momento).  Depois soube também, que além deste problema eu tinha outros e que teria que tirar meu útero, que jamais poderia ser mãe...  E como alguem que já achava que havia conquistado o mundo eu cai novamente. Entrei no ritmo de pessoas que não se importam com nada e nem com ninguém! Eu não valia nada mesmo! Eu era só mais uma ali no mundão... As pessoas não me notavam e nem me importavam... Nada era nada! Ninguém tinha vez e nem espaço no meu mundo... E foi assim até conhecer o Carlos com quase 30, numa noite em que cheguei mais uma vez bêbada, sem rumo, vazia e sem vida...

(Detalhei sobre isso no post Um coração para ser salvo)




E Deus nisto? Será que Ele me olhava? Eu achava que não... Sabia que Ele existia, mas para os fracos, para eu não! Eu já O tinha visto passando por ai, mas nunca O havia procurado de verdade, porque sempre me considerei uma fortaleza, uma rocha, um trator que passava por cima de tudo e de todos, inabalável eu dizia:

Manda mais! Manda mais! Manda o que Você quiser porque eu agüento firme!
Se Você acha que vou ficar no chão e lhe pedir para ser acolhida, transformada, restaurada... Eu não! Eu não preciso de Você, eu tenho orgulho de devorar tudo e a todos... Pode mandar o que Você quiser, o quanto quiser e como quiser porque eu simplesmente vou passar por cima com meu trator e pendurar meus troféus para Você ver!

Assim eu estudei muito, fiz faculdade, fiz cursos, fiz pós, trabalhava na semana em dois empregos, virei a "workaholic", a fria e calculista do começo desta série de postagens...


Mas Ele, criador sábio e conhecedor das entranhas de seus seres, sabia que nesta luta de mostrar que eu precisava Dele, teve mãe ruim, pai alcoólatra, madastra louca, irmãos drogados, armas, fugas, doenças, dores, lágrimas, solidão, fome, frio, humilhação, fugas, cansaço, falta de dinheiro, falta de paz e fuga fuga fuga e ainda não eram suficientes para que eu abaixasse a guarda e me entregasse. Não! Eu não permitia fraquejar nem no meu estado mais íntimo, nem com Ele... Nem com ninguém! As minhas máscaras eram tão espessas e tão pesadas que nem para ele eu as tirava, eu não me permitia ao menos admitir para eu mesmo que eu estava sofrendo, era algo inadmissível, porque eu havia chegado lá e o fato de dizer que ainda não estava bom, era como reconhecer que eu não havia conquistado nada!

Dá para imaginar o que isso significava para mim?

Precisou muito mais para eu me render... Precisou eu ser mãe de uma menininha de 2975 kg, 49 cm, no dia 10 de março de 2004. Gerada após muitos tratamentos e mais dores, para que eu pudesse provar do amor que não eu nunca havia experimentado, provar do amor de mãe para filha... Que amor era esse que eu tanto desejei, eu não conhecia e agora ele estava ali... Chorando... Pedindo para nunca mais deixá-lo escapar... Precisou eu ter um ser que dependia de mim 24 horas, para que eu pudesse compreender, para sentir tudo o que eu não havia sentido, eu não sabia o que era aquilo e era como se eu pudesse voltar no tempo e me vendo na Pietra, em seus olhos...

(Carlos e Pietra - 10.03.2004  Hospital Pró Matre Paulista - SP)

Foram muitos momentos de felicidade e descobertas, mas, no final de 2007, ela com três anos para quatro anos, começamos, (eu e o Carlos) brigarmos muito e ainda na frente de nossa filha!  Eu me vi novamente naquela mesma cena, porém com os motivos de brigas diferentes, mas eu, no meu lugar minha filha tão desejada, tão querida, tão amada e estava indo tudo no mesmo caminho que eu fui, trilhar as mesmas dores, passar pelas mesmas dificuldades, a faze-la passar por tudo que eu havia passado.. Somente pelo meu orgulho, orgulho esse que me manteve viva até então, mas agora estava me atrapalhando, me impedindo que eu não deixasse seu pai partir...

Mas eu o deixei... E ele foi embora para poupá-la de nossas desavença e eu o deixei ir por orgulho, orgulho de achar que eu, somente eu poderia dar conta da situação, eu sempre estive no comando, porque não continuar...


Mas Deus me resgatou, resgatou-me para que não cometer os mesmos erros, não fazer daquela criança não só uma mulher batalhadora e honrada como sou, mas de coração duro e sem infância como eu era, criada sem o amor e o vínculo dos pais... Resolvi sim, ir atrás do Carlos, ele ficou fora de casa por três meses e pedi que voltasse. Juntos procurarmos e nos rendemos ao amor de Deus, porque eu agora tinha a possibilidade de reverter toda a minha história, de reverter o modelo que se repetia e pode sim construir uma família baseada neste amor!

Hoje percebo Sua presença em nossas vidas, de como tem nos preparado ainda para grandes jornadas, mas com a família unida, fortalecida não só com orgulho e honra, mas com amor! Porque sempre pensamos que devemos amar primeiro quem nos gerou (nossos pais), depois amarmos quem nós escolhemos (nosso companheiro/companheira) e depois a quem geramos (nossos filhos) Mas, Ele me ensinou que mesmo não podendo amar primeiro quem me gerou, posso sim começar escolhendo alguém para amar e deste amor gerar outro amor e até voltar a amar a quem eu fui gerada... Não há seqüência lógica no amor, não há ordem, não tem quem é o começo, ou o meio ou o fim, porque não se tem fim para o amor e sim o desejo dele existir e pronto!

"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá, mais se tem." (Antoine de Saint-Exupéry)

"O amor é a força mais sutil do mundo." (Mahatma Gandhi)

"Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor." (Madre Teresa de Calcutá)

"Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor." (Wolfgang Amadeus Mozart)

"A medida do amor é amar sem medida."(Victor Hugo)

"Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca."(Clarice Lispector)

Não vou dizer que é fácil ou que depende de sentimentos, não depende. Depende sim de atitudes! É necessário olhar e dizer que quer isso para a sua vida e segurar com todas as forças, porque há muitas coisas que nos faz pensar que o verdadeiro sentido da vida é estar em ser livre e sozinho no mundo... Mas, fazer algo dar certo exige muito mais que sentimento, exige amor e o amor não pode ser menor que o orgulho, a raiva, o medo, a incerteza, a duvida, a depressão, a tristeza, a alegria, a amizade, a tranqüilidade, o conforto, a feiúra, a beleza, o alto o baixo, o rico ou o pobre, o amor deve ser acima de tudo que passamos, porque ele nos faz muita falta em todos os momentos de nossa vida.

Só podemos ser amados e amar quando reconhecemos que precisamos do amor de Deus em nossa vida...

Minha jornada espiritual só começou quando me vi em minha filha e foi neste amor que pude perceber que desta vez eu não estava mais só e que não bastava só ser forte e honrada, eu precisava mais que isso, eu precisa de Deus para continuá-la amando e sendo amada por ela e isso eu não poderia perder!


Pietra linda!

Hoje além do Carlos, da Pietra, temos a Brisa e precisamos continuar com esse amor...

Quanto a minha mãe... Ela conviveu com a Pietra por uns quatro anos, hoje ela esta com seis, mas felizmente não dei a ela uma segunda chance para magoar a Pietra. A Brisa ela ainda não conheceu... Ainda estou trabalhando meu coração, pedindo forças, para que um dia eu possa novamente ensiná-la a me amar e aos meus, assim como minhas filhas me ensinaram com mais de 30 anos que é realmente sentir o verdadeiro sentido do amor e o quanto precisamos de Deus para a cada dia renová-lo...

Não é que o amor cresce somente através de um marido e filhos, porém essa é minha vida e foi o que me fez falta e naquilo que não tive que descobri que podia amar...

Mas cada um pode buscar o amor, através do amor de Deus, onde se sente realmente amado, isso com o partilhar, não só através do casamento ou filhos, Há como encontrar o amor de muitas maneiras e com pessoas que nem sempre são frutos de relacionamentos conjugais.

Este depoimento foi feito porque domingo passado, me vi na tela (video abaixo - aparecemos a partir de 1:10s) e ali diante de centenas de pessoas, senti dentro de meu peito, sendo convocada diretamente para falar deste amor, convocada a partilhar desta experiência com vocês e espero sinceramente que possa ter gerado uma vontade de sentir um pouco deste amor...

Mostrar que após tantos anos, mesmo não me sentindo amada, não sendo gerada e nem criada em um ambiente de amor e após ter passado por tantas dificuldades posso aqui dizer que é possível, que fiz gols sim, porém deixo meu técnico lá em cima continuar atuando para que eu possa vencer nesta Copa da Vida e hoje jamais só, mas com um grande time!
Video mostrado no dia 20.06.10 na Chacara Primavera)

Desejo com todo o meu amor, que Ele também te convoque!

quinta-feira

Minha espiritualidade II

Continuação do post anterior



Passaram-se alguns meses e o ex da minha mãe aparecer, apartamento montado, as mágoas superadas e porque não, retomar? O problema é que minha mãe quando namora, não consegue dividir, ela se dá tanto na relação que se esquece dos filhos, sempre foi assim, ela tem muita dificuldade em partilhar seu amor e sua dedicação, então tudo voltava ao normal, sim o sonho se desfazia: "Andrea minha filha, você não tem nenhuma amiga assim para ir dormir fora?" "Eu não mãe, ainda não fiz amizades, ainda.."- "Nossa, você precisa ser mais comunicativa, não sai de casa, só vive enfurnada aqui dentro... Precisa namorar... Sair..." - É?? Tirou-me do meu mundo, do meu emprego, acabou com minha rescisão, meu namoro e eu tinha que ser expandida? Ah sim...E durante a semana, "Precisamos economizar heim!" - Muitas privações durante a semana, para que pudéssemos viver a família do comercial da margarina nos finais de semana, quando o namorado estava presente, em sua suíte presidencial, com direito a Balantimes 12 anos, refeições glamorosas e o ninho de amor limpíssimo: Lindo, o cenário perfeito para que ela pudesse sempre mostrar sua superioridade, que não estava precisando dele para nada e eu minha infelicidade...

Perguntando-me o porquê tudo se repetia, como um filme que eu já havia visto muitas e muitas vezes...

Um dia, estava assistindo filme com eles na sala e larguei a manta em cima do sofá, minha mãe falou "Andrea leva a manta para seu quarto, não quero bagunça!" - Eu com muito sono... Fui para o quarto e a ignorei. Ele ficou muito bravo com meu desrespeito, como eu, a filha tratada a pão de ló, deixava a manta para a coitada da mãe que trabalhava fora o dia todo para me sustentar, deixará a manta ali e ia dormir com descaso? Falou-me "Você não ouviu sua mãe não?? Eu, respondi, pensando: (Ah tá agora ele vai querer também mandar em mim, já não basta os pingos de xixi dele no vaso que tenho que limpar, ainda vou ter que ouvir), ele então falou: "Venha aqui agora pegar a manta! Obedeça a sua mãe!"

Levantei e fui lá e despejei todos os engasgos... Disse tudo: Que eu comia ovo a semana toda para ele tomar seu Balantimes 12 anos, que eu que limpava a casa, suas sujeiras, que ela ficou em Campinas por causa dele sem recurso para nada e qual eu que tive que ajudá-la... Porque de uma hora para outro eu virei um entulho, uma empata, um peso, como sempre foi percebendo que fui enganada de novo!

Ele ficou muito sem graça, ele não esperava! Minha mãe ficou com vontade de me esganar só com o seu olhar fulminante, lógico desmanchei seu cenário, sua farsa!

Nunca fui uma filha quieta ou obediente, era respondona, desobediente, independente, mas fiel e companheira, hoje vejo que eu tinha muito pouco porque havia recebido o mínimo, o menor, o pouco...Mas ainda não sabia dentro de mim transformar aquele pouco em muito, hoje eu sei que é possível! E nas minha construção de um ser que vivia sendo demolido, conheci a possibilidade de fazer bons alicerces, tijolos contruidos não só a dois....



Comecei namorar com meu ex marido, ele tinha uma locadora de vídeos no bairro onde morava com minha mãe em Osasco, bem em frente onde eu descia do ônibus quando eu voltava da escola (estava terminando o terceiro colegial). Ele é alto, era muito bonito, simpático e extremamente educado. Alguém para me salvar o coração? Voltava da escola, passava na locadora e ficava ali à tarde, conversando com ele, achando que era impossível um cara daqueles se interessar por uma moça com roupas tão velhas como as minhas... Lembro-me um dia que ele me disse que me reconhecia pelos tênis, nos degraus do ônibus, tênis com o solado abrindo na frente... Rsrsrs... Isso porque minha mãe fazia eu buscar seus "taier" quinzenalmente na costureira do bairro, sempre muito elegante, eu realmente não parecia sua filha...

Foi tudo muito rápido, começamos a namorar e logo nos tornamos inseparáveis... Minha mãe lógico adorou a possibilidade de me ver longe dali nos finais de semana e eu uma maneira de fugir do teatro de mãe carinhosa e zelosa nos finais de semana... Perfeito!

A mãe dele não gostou de mim, claro, eu pobre e ele não rico, mas de família bem melhor que a minha, comerciantes, tinham lotérica, locadora, lava rápido, banca de jornal e revistas, moravam em um bairro nobre, casa bem grande e eu a descuidada pela mãe... Pela vida...

Como contar para a família de seu namorado que seu pai quando bebe dá tiros pela casa para se divertir e se tem que ir para debaixo da cama ou pular as janelas porque o pai ouvindo Pavarotti ou Frank Sinatra, enlouquecido com a bebida, fazia o teto da casa de minha avó, construída a no mínimo 40 anos, de peneira só porque achava divertido... Para simplesmente rir! Ou dizer que ele tinha muitas armas diferentes, baionetas e facões de Samurai, apaixonado por todo tipo de arma, brincava, insano e embriagado de furar as coisas... Rasgar travesseiros e colchões... Cortar objetos para assim testar a exatidão das lâminas de sua coleção...

E era assim que se vivia com meu pai quando minha mãe resolvia compartilhar a guarda com ele...

Ou dizer que se prefere dormir lá, não para transar com o filho dela, engravidar para fugir de casa... Não isso ia demorar muito... Queria ficar lá para fugir naquele dia mesmo, naquela hora, na hora da janta, do café da manhã... Tinha que ser para o dia... Sempre para o dia...

Passei a vida fugindo das pessoas e de seus teatros... Dos seus shows! Do seu melhor e do seu pior, fugia do caos e das situações de plena felicidade, fugia da falta do amor, fugia dos excessos...

Mesmo porque ninguém acha isso possível... Ou era exagero meu, ou eu era um ser revolto, porque quando eu mencionava algum fato da minha vida, as pessoas simplesmente não acreditavam! Eu via isso em seus olhos, porque as pessoas acham que sempre estamos exagerando, inventando, criando artifícios para sermos aceitos e amados, mas tudo que relatei e relato agora são fatos tão reais que muitas coisas eu simplesmente esqueci... Às vezes o Carlos me pergunta sobre fatos no Brasil e no mundo, ou desenhos e musicas de nossa época e muitas coisas simplesmente passaram e eu não vi, eu não vivi, porque eu estava mergulhada nas minhas questões, nas minhas angústias, fugindo de fatos e lugares e quando a gente corre, nós não olhamos para o lado, não admiramos as paisagens, não vemos os detalhes...

As essências e os perfumes...

Era véspera de Natal, eu ansiosa para passar com ele, sabe aquele começo de namoro, a paixão, me lembro que quando eu ia à locadora e ele pegava na minha mão, como pretexto para falar alguma coisa, meu coração batia tão rápido que eu poderia sentir em minha blusa... Eu ficava contando os minutos na escola para que na volta, próximo ao horário do almoço eu pudesse parar ali e ficar falando dos filmes, de ver seu rosto, seu sorriso, ele tinha tanta alegria, tanta vida, que eu queria um pouco para mim! Sua família, com pai e mãe em casa, irmãos, tudo isso era tão atraente, tão importante...

Meu irmão mais velho, um dia numa praia em Vitória, conheceu sua primeira namorada, moça simples, do interior do Rio, família grande, resolveu casar em menos de um ano... Vivíamos em busca de um pouco de afeto, um pouco de amor, um pouco de gente normal e quando achávamos não perdíamos tempo... Conheceu-a em julho e marcou o casamento para dezembro. Ele se casou na cidade dela, a 16 horas de SP, Itaperuna, interior do Rio, divisa com o Espírito Santo, no dia 27 de dezembro, minha mãe ordenou: "Você vai passar o Natal conosco, lá em Itaperuna, e ficaremos na casa da noiva dele até o dia do casamento!" Falei nãooooo! Não posso! O namorado, o Natal com ele...Estou tentando me aproximar de sua família! Não posso! - Ela não deu chance- Se você não for, te ponho na rua! 

Minha mãe sempre resolveu as coisas conosco assim: Desobediência doméstica: Apanhava ou ficava de castigo (também já chegamos a ir para o chuveiro gelado para pararmos de brigar). Tínhamos uma tabela na casa dela, ela mandava emplasticar para não rasgarmos, eram as obrigações de domingo a domingo, roupa, louças, banheiro, etc., Ela com justiça, dividia todas as tarefas, tarefa cumprida, escolhia um passeio no final de semana, um dos três não cumprisse algum item, nenhum dos três saiam. Outros momentos o castigo era morar com meu pai ou com algum parente que nos quisesse! E cumpria isso a risca... Depois acho que se arrependia e ia nos buscar... Depois fazia tudo de novo e de novo e de novo... Isso desde que tínhamos 8, 10 anos...

Chegamos a Itaperuna, Pequena... Muito quente e feia! Iríamos dormir com pessoas que jamais vi antes, minha mãe empolgada por meu irmão relatar que a família da moça tinha um grande comércio na cidade, um grande casarão de três andares. Muito empolgada, porém  preocupada com a possibilidade do casamento não acontecer, pelo fato de que a família dela soubesse que ele vinha de uma família de pais separados. Eles mentiram, sim eles disseram que tinham uma família perfeita! O namorado da minha mãe era o pai e vivíamos todos em perfeita harmonia!
Ótimo se meu pai não aparecesse com sua mulher espetaculosa , com minha avó e irmão mais novo, no dia do casamento logo pela manhã...

Claro que não tinha lugar para nós na casa, Claro que se estivesse minha mãe não ia ficar depois que ela viu onde e como, Claro que ela se arrependeu até a morte de ter ido antes do Natal lá, Claro que eu fiquei muito brava com toda àquela situação... O que eu estava afazendo lá? Poderia ir sim ao dia do casamento, mas todos àqueles dias só para que ela mantivesse uma mentira, as aparências?

Bem fomos para o único hotel da cidade, não tinha T.V, apenas um ventilador velho, ruas de terra (inclusive da casa da noiva), muito pó, somente uma pracinha identificando o centro, calor de 200 graus, porque além de ser dezembro a cidade fica entre dois morros e não circulava ar... Para se ter uma idéia do calor, piquei 18 kilos de pimentão para o vinagrete para a festa do casamento e azedou tudo, da tarde para a noite... Fora que azedou os frangos que o pai da noiva havia matado de madrugada, só não azedou o porco, morto pela manhã, porque já o colocaram para assar e assim ficou até na hora da cidade inteira, que foi convidada para a festa o atacar!

Eu nem vi os noivos na festa. Tinha tanta, mas tanta gente que era impossível achar alguém lá...


Antes da festa aquele silencio mórbido porque o meu pai chegou com sua companheira e logo a família soube que se tratava de uma família com mais podres do que os frangos assassinados pela manhã... Enfim, meu pai com 50 anos, acabará de ter tido duas lindas gêmeas e quando ele chegou e após alguns momentos de revelações e estranhamento... A coisa dissipou e eu fui muito curiosa saber das meninas, queria muito ver fotos, pois elas tinham ficado com a avó materna em Campinas, devido à longa distancia para assistir ao casamento...

Minha mãe ficou brava pelo fato de eu ter ficado durante o dia da festa e na festa com o meu pai e a mulher dele, não foi nada proposital e nem dava preferência a ele, porém o fato dele ter tido duas lindas meninas, me deixou curiosa, encantada, próxima deles pelo nascimento, é óbvio... Mas ela não aceitou ficar só, diante de tudo que havia acontecido, não gostou dos meus movimentos, frente à nova família do meu irmão, sentiu-se humilhada e só perante todos!

Na verdade já estava envergonhada pela mentira, por ter que pedir para o namorado não aparecer, pois meu pai mesmo com filhas recém nascidas iria sim à festa, envergonhada de ter vendido para aquele povo simples, humilde, mas de coração puro, a farsa da família perfeita, porque meu irmão não conseguia admitir seu pai e sua madrasta alcoólatras e sua mãe com outro homem... Nestas cidades ainda havia muito preconceito com as "largadas do marido", como muitos dizem...

Na festa muita confusão, muita gente, chegou no meio do barulho e no meu ouvido disse: "Você se vira para ir para SP, estou indo embora agora!" - E simplesmente saiu!

Lógico que eu não acreditei que ela iria ir embora da cidade, me largando no meio da festa, numa cidade que ficava 16 horas de SP, sem dinheiro, meu pai com o carro cheio, pois além da minha avó, meu irmão mais novo estava com ele... Minha avó paterna ainda foi atrás dela na festa e ela muito grossa, falou para minha nona cuidar da vida dela!

Enganei-me! Ela foi embora à mesma hora, foi no hotel, fechou a conta, deixou minha mala pronta na recepção do hotel e partiu sem me deixar nada...

Fomos embora pela manhã, apertados, minha avó sufocando na parte de trás, viagem tensa e cansativa, chegamos em Campinas pela manhã e na mesma hora fui à rodoviária peguei o ônibus para Osasco... Me arrastando fui...

Cheguei ao apartamento na parte da tarde, antes havia passado na locadora, fui ver o namorado, abraça-lo, contar o que havia acontecido, mas logo fui para casa, precisava de um banho e descanso... Muita viagem... Muito pó e muito calor! Estava exausta por tudo, no físico e no mental... Não via a hora de tomar banho no meu banheiro, sentir o cheiro do meu travesseiro, ah descansar de tudo aquilo!

Quando fui abrir a porta, percebi que estava trancada, apertei a campainha e nada... Ouvi barulho da máquina de lavar roupas, toquei de novo... Nada, pensei: "Será que ela dormiu??" "Ou foi tomar banho??" Esperei alguns minutos, toquei a campainha e nada...

Em frente ao nosso apartamento tínhamos uma vizinha, não gostava muito dela, tinha dois filhos hiperativos e por conta disso, dopava-os com antialérgico, eles dormiam o dia todo e ela mentia para o marido que as crianças eram super alérgicas... Horrível aquela mulher! Mas resolvi tocar a campainha dela para ver se ela sabia de alguma coisa...

Ela me disse que minha mãe havia chegado sim que tinha ouvido barulho dela saindo... Pediu que eu entrasse e contasse sobre o vestido da noiva... Essas curiosidades sobre casamento, o que tinha para comer, etc.

Fiquei lá uns dez minutos, pudemos ouvir o barulho da minha mãe chegando... Terminei o café que ela havia passado só para eu tomar e contar... Peguei minha mala e fui... Quando tentei abrir, fechada apenas com a corrente, falei; "Mãe sou eu, pode abrir... - Se soubesse o que iria acontecer, não teria entrado!

Ela havia separado uma cinta, jogado minhas roupas num saco de lixo preto e quando entrei levei uma surra de cinta, na qual marcou meu rosto, minhas pernas e meus braços... Não derrubei uma só lágrima, não fiz um só movimento, deixei que ela descarregasse toda a sua ira, sua impotência frente o fracasso de uma farsa mal sucedida, uma suposta humilhação, deixei ela me marcar o quanto pode e quis, porque seria a ultima vez que tocaria em mim... Jurei a cada cintada que recebia que nunca mais veria aquela mulher amarga, infeliz, mentirosa... Como senti raiva aquele dia! Assim que ela terminou, pegou o saco com minhas roupas me entregou e disse para eu ir embora para a casa do meu pai, pois com ela eu não moraria mais... Sim, ela encontrou a desculpa perfeita pra colocar aquele móvel que não servia mais na rua! Eu tinha 18 anos e fui jogada na rua de novo!

Ela sempre colocava nossas roupas em sacos de lixo preto, grandes e reforçados... Junto com as roupas, também as lembranças, os desenhos, as cartinhas , os presentinhos escolares de Dia da Mães... Sempre fomos jogados com todas as nossas partes... Sempre!
O que fazer nesta hora? Eu sem emprego, sem dinheiro nem para voltar para Campinas e sendo essa opção voltaria as alucinações do meu pai com minha madrasta, ao sofrimento de minha avó assistindo tudo isso de camarote, meu irmão se drogando com os amigos... Eu não queria mais! Eu já tinha pulado desta página, eu já tinha conseguido ir mais além, eu já havia feito esta conquista, já tinha este troféu na minha mão, como poderia recomeçar aquela partida de novo! Eu não podia, por orgulho, por fraqueza, sei lá, mas não podia, nãooooooooooooooo

Fui até a locadora, de novo, marcada, chorando com o saco preto nas mãos... Ele me abraçou e por muito tempo chorei atrás do balcão, nos fundos...onde ninguém pudesse me ver, escondida, num buraco de tristeza e vergonha... Vergonha das marcas... Tristeza da vida, cansada de tudo, cansada de mim...

O amor nos faz somente cegos quando ele nos toma, mas nos torna cruéis, desprovidos de alma, na falta dele. Precisamos do amor para que possamos não só viver, mas que possamos com os nossos frutos alimentá-los, porque a falta de amor pode ser uma doença congênita, mas há remédio, há cura, há qualquer momento que se deseje amar alguém, procure a Deus, pois ele nos restabelecerá e nos alimentará a cada dia para que nossos simples sentimentos transformem-se em atitudes de amor... Eu precisava de atitudes de amor comigo... Eu precisava de atitude de amor!



Por favor alguém me ajude!
(continua)

terça-feira

Minha espiritualidade...

Antes de falar sobre o tema deste post, eu gostaria de relatar mais sobre minha vida, não só como testemunha de minha opção religiosa ou credo e sim para que as pessoas possam entender essa escolha ou como se deu essa busca, diante de uma vida um tanto quanto conturbada...

Meu companheiro, sempre me fala, "Andrea se eu tivesse passado por metade do que você já passou, eu seria uma pessoa insuportável de tamanho orgulho que ia sentir!" - Mas não me sinto assim em momento algum! Pois sei que muitas pessoas têm suas dificuldades e que cada um sabe o quanto cada uma pesa, por isso sempre digo a ele que "Estamos em obra!", porque ser humano que é humano de verdade, está sempre em obra para melhorar!


 Não existem pessoas prontas, acabadas! Você pode viver cem anos e mesmo assim estará em obras!

O relato é bem extenso, peço desculpas para os que tem pressa,  porque eu sou uma mulher de detalhes, não os desprezo, pois acredito que em certas situações ou para certas pessoas, uma vírgula, uma letra ou uma palavra, torna-se a grande diferença para que ela se identifique, se encontre e com intimidade nas linhas, permeando aqui e ali vai se achando, vai sentindo coragem para não desistir, porque eu nunca desisti de nada! Não só de conquistas materiais ou profissionais, mas nunca desisti do amor, não como sentimento, mas o amor de ações e de transformações em nossas vidas!

Peço  que leiam esses textos de maneira calma e que possam sentir em cada símbolo, cada caractere, o mais profundo do meu ser, sem a intenção de que tenham sentimento de compaixão (dó) e sim sentimento de força, vontade e determinação para quem seja, possa um dia usa-lo como um modelo, como tantos de que há adversidade vividas e que é possível sim ser superadas...

Gostaria também de dizer que este texto complementa alguns já ditos, como:
(No qual foquei mais no assunto em si, mas nem tanto, detalhando o cenário, o antes e o depois, o porquê das passagens, das escolhas e dos acontecimentos...)

Também lamento que na maioria da vezes meus textos são mais dramáticos do que divertidos, porém são verdadeiros e com a intenção sempre do compartilhar para o crescer.

...

Sabe, essa semana que passou não foi fácil, mas duas coisas me deixaram muito feliz, a certeza de há o justo para os soberbos, através da justiça de Deus, pois o mundo não é estático, a natureza se move constantemente e isso nos deixa claro que altos e baixos são só uma questão de tempo... É a física dos tempos, não há como escapar dos segundos, minutos, horas e dias... O tempo corre e juntos vamos sentindo os seus efeitos, a sua justiça!

Outra coisa foi o carinho recebido no blog, mesmo quando o assunto estava chato... Realmente às vezes ficamos chatos com as formas, as coisas, as regras, as pessoas, chato com um mundo diferente do que a gente pensa ou queria para nós... Mais chato ainda é não poder dizer quando achamos isso chato ou não ser aceito por isso e o pior para mim... Sentir-se só na chatice...

Mas eu não me senti só, muitos mesmo não compartilhando dos nossos sentimentos ou ações, ainda que vivendo em outros mundos e situações, deixam uma palavra, um se importar, um beijão que seja, isso realmente torna a coisa menos amarga...



Teve uma época que eu que não gostava de gente e chegava a verbalizar isso, para quem quisesse ouvir: "Ah detesto ouvir as pessoas!" "Se tiver um cachorro e um homem acidentado, com certeza eu salvo o cachorro!" "Não tenho paciência com seus melodramas" "Ai que saco fulano ou beltrano, só tem problemas essa pessoa? A vida dela não dá nada certo?" "Que saco!", "Não tenho paciencia para esse blá blá blá" .

Claro eu uma "workaholic", criada no mundão, sem laços ou afinidades, vida na engrenagem (muitas vezes sem lubrificação), achava que relacionamento bom, era relacionamento com papéis... Ah, os papéis e os números, minhas prioridades, minha paixão, meu ganha pão e minha razão de viver, pessoas no meu mundo não tinham vez, não serviam para nada!

Fria e calculista, desumana, radical, esquisita, e pode continuar... Mas não posso negar que era assim! Não havia uma pessoa com um coração aflito que me convencia o suficiente para eu trocar o trabalho por ela ou pelos seus problemas, não tinha tempo, não tinha paciência, eu não tinha nada para dar para ela, dentro do meu peito só a racionalidade, a exatidão dos gestos e dos movimentos, conversas sim, mas com resultados, com saldos, com números, positivos ou negativos... Eu sequer permitia as grandes amizades... Ah que perigosa, entrar no meu universo, invadir meu território com suas perguntas ou sua história, jamais! Eu sequer admitia o prefácio... Nem um passo, fica ai e eu aqui, porque assim é mais fácil, não misture as coisas, fica uma relação limpa, faxinada, sem restos de experiências, resquícios de verdades, jargões, sentimentalismo inadequado, cafona e fora de propósito...

Depois soube que tudo isso era um casco bem grosso, um escudo para eu me livrar das pessoas e de eu mesma, eu não as ouvia, elas também não e ficava tudo certo entre nós, sem escambo, sem compromisso, para que complicar a vida?

Família então, eu nunca tive, porém ao invés de procurar meios de participar da família alheia, como faço hoje (já no gatilho para outro post), eu ficava criticando! Eu heim, aquela bagunça de pessoas, crianças, animais, pessoas e seus hábitos, suas histórias, seus defeitos, seus cheiros... Nem morta!

Eu olhava cada detalhe, cada objeto e sentia repulsa das memórias, tinha raiva das fotos, das lembranças, das histórias, dos choros e das gargalhadas...

E quando alguém vinha me beijar ou abraçar?  Meu coração entrara em uma aceleração, descompassada, desconjurado, aflito por tanta aproximação... Sabe quando você atravessa a rua para que a pessoa não te afague, não te pegue, não te sinta... Quantas fugas, quantas rotas alternadas dentro e fora de mim...

Quando me casei pela primeira vez, véu e grinalda, linda e maravilhosa, já tinha deixado um caminhão de fatos tristes para trás, um pai que não trabalhava nunca, nos finais de semana bebia e destruía a casa e as pessoas do seu lado com sua violência, uma madrasta parceira na bebida e nas pancadas, uma mãe que trocava a gente por qualquer namorado, vivíamos leiloados na família e fora dela, para tanto, nos fez prendados desde cedo, os três sabem passar, cozinhar, limpar e costurar desde os sete anos, responsáveis e treinados para pertencerem a qualquer rotina, a qualquer família, isso no que diz respeito a trabalho, porque sentimento estávamos sempre secos, sedentos, pobres, porque tudo era para o dia, o que tinha para o dia, que lugar, que pessoas e que hábitos, era as nossas surpresas, destinos incertos, pessoas incertas...



Lembro-me uma vez, fiquei na casa da secretária da minha mãe em Mogi Guaçu, morando, porque assim não atrapalhava as viagens da minha mãe a trabalho e nem a namoro, porém eu precisava pagar a diária, sim sempre aprendi que havia uma troca, nas relações, então, era só cozinhar e cuidar dos dois filhos pequenos dela, enquanto ela secretariava minha mãe em uma agencia de empregos...
Eu tinha 11, 12 anos, mas antes disso já havia morado com tanta gente que hoje perdi realmente a noção de tempo e espaço... Nomes e rostos, nem pensar, a lembrança que ficou foi sempre o que eu sentia e o que eu vivia.

Tudo bem que eu poderia aqui relatar que as convivências foram agradáveis, que eu assim me tornei por isso uma pessoa expandida, conhecendo vários lugares, várias cidades, culturas, hábitos, tal como um intercâmbio, citando seus inúmeros benefícios. Mas de fato não foram assim, não porque quero fazer de minha vida um drama, mesmo porque nunca permiti que fosse, sou orgulhosa demais para admitir que coisas e pessoas me impeçam de caminhar, jamais desisti de nada do que foquei, do que quis, do que almejei, apenas não posso criar um lado bom, porque simplesmente não tinha! Não há lugar no mundo bom se não nos sentirmos amados, queridos, desejados! O amor ele é algo tão forte e tão vital,  que uma pessoa percebe desde quando é gerada até sua velhice e morte... (Uns até acreditam que pós também) Então o fato é: Quando não se tem amor, não se tem nada!

Hoje a cada manhã quando acordo e vou pegar a Brisa no berço para poder alimenta-la vejo esse amor refletido nos seus olhinhos, na sua boca aberta e banguela, nos seus bracinhos e pernas agitados, pedindo para abraça-la, ama-la incondicionalmente como se mais nada fosse preciso, como se segurar em minha mão com força disesse para não deixa-la...


Quando me cansei desta coisa de ser uma mala, jogada para tudo que é lado, muitas escolas, colegas, endereços, rotinas, etc. Resolvi trabalhar e claro, continuar estudando, isso por volta dos 15 anos e aos 16 consegui finalmente o suficiente para morar sozinha.

Minha mãe sempre sumia e aparecia como uma fada, sabe aquelas que criança pede para aparecer, sorrindo, vestida com aqueles belos vestidos, cheirosa, feliz, pronta, de abraços abertos e sorriso brilhante, com ares de "agora eu juro que te quero", "acho que agora eu consigo te amar" "agora eu to sozinha, não estou namorando e você realmente vai pertencer a alguém" eu ia, ia todas as vezes que ela aparecia, eu ia com coragem e a certeza como fora a primeira vez... Largava o que fosse... Quem fosse e ia... Acho que não existia pessoa que conseguia me enganar mais que a minha mãe (até hoje fujo dela se não ela continuará me enganando e minhas filhas também), eu na minha sede, no meu encantamento por ela, acreditada em tudo que ela sempre me falava, tudo, me iludia de corpo e alma e claro, me decepcionava...

Lembro-me de um dia ter falado para ela: Mãe eu sinto tanto falta do seu carinho, do seu toque, de um abraço de um beijo... "Ela me respondeu: Essas coisas são namorados que dão, não mãe! Ah...tá bom... Então vamos lá, em busca dos carinhos não é?




Bem, eu estava com 16, 17 anos ela veio de novo, desta vez, não a fada, mas a mulher, arrebentada, triste pelo rompimento do relacionamento, precisando da filha, do apoio, da muleta! Nós em Campinas, porém ela procurando trabalho em São Paulo, fez-me uma proposta (e para propostas ela sempre foi imbatível): "Filha eu larguei do fulano, agora é só nos duas, você vai ter vida nova, um quarto só para você, vou montar um quarto seu! Vamos com a mamãe!" Eu há quase dois anos namorando a mesma pessoa, trabalhando direitinho no meu segundo emprego, estudando, morando num quartinho ali no Guanabara, fundos da casa de uma senhora e ela aparece...Então ela me conveceu: "Ah mãe, eu to bem aqui!" - "Bem? Como assim bem?" - "Neste quartinho fuleiro, tem um monte de gatos neste quintal, essa senhora esquisita..." "Não é lugar para você!" "Você merece um lar, uma coisa melhor, não pode ficar ai jogada..."- Eu realmente ganhava uma mereca, pagava o quarto, no inicio até cozinhava no trabalho, mas depois o chefe não deixou mais por causa do cheiro no escritório, comprava marmitex, estudava a noite, condução, roupa, enfim, era tudo muito apertado. "Falei para ela, "Ah tudo bem... “Quando você for para SP me avise, que eu vejo...” - Nunca consegui dizer NÃO para minha mãe, eu não sei o que ela tinha, eu sabia que era mentira, mas ela sempre me enganava,enganava,enganava, porque no fundo eu sempre acreditei que é possível a pessoas melhorar ou deixar de ser fria, ruim... Que parasse de descartar os filhos como móveis, que atrapalham a sala bonita, aquele móvel que a gente bate a canela, que é pesado, ou que não combina!

Ai passou algumas semanas, um domingo ela chega lá, bate palmas no portãozinho do corredor que dava acesso ao meu canto e me chama: "Filha arrumei emprego em uma multinacional em SP, próximo à Osasco, na Rod. Raposo Tavares, vou ser gerente de vendas, vou ganhar bem, vou alugar um apartamento de dois quartos, só para nós duas, você vai ver que bom que vai ser...", (meus irmãos nesta época estavam com meu pai, não estudavam e aprendiam rapidamente sobre bebidas, armas e drogas). Muito empolgada, foi me falando com aquele entusiasmo... Que de novo eu acreditei! Ela completou: "Só que tem uma coisa, eu to sem grana nenhuma, não tenho dinheiro para pagar o ultimo aluguel e a mudança, porque eu vou precisar ficar em SP no treinamento e preciso comprar roupas, levar dinheiro para o hotel e taxi, pois eu falei que já estava de mudança, se não eu perdia a vaga, então eu preciso que você me ajude, pois estarei indo no começo da semana, se não eu perco a vaga..." - Bem, já sabem, fiz um acordo, com a minha rescisão, paguei o aluguel, ou multa, não me lembro direito, o caminhão da mudança, organizei as coisas, pois ela foi para SP e realmente ficou em treinamento, encaixotei os ultimos objetos em sua casa... Enquanto ela alugava um imóvel em Osasco, próximo ao novo trabalho!

Falei para o meu namorado que iríamos nos ver nos finais de semana, que SP era pertinho e tal, mas rapidamente o namoro foi pro brejo, porque nem ele e nem eu tinha grana o suficiente para ficar indo de cá para lá e de lá cá e namoro que dá certo é namoro que se convive, se não há convivência, não há relacionamento...

(Continua...)

sexta-feira

Formigas, Peidos, Cigarros e Porcos!

Faz dois dias que estou hibernada nos últimos acontecimentos. Lamentavelmente são ainda relacionados onde moramos...

Sabe, fiquei pensando em uma maneira de descrever os absurdos, sem o sentimentalismo, sem a raiva, sem esses pensamentos expandidos... Tentando me concentrar nos mundinhos pequenininhos, das formiguinhas que andam em fileirinhas, sem sair do caminho, da linha, da estética do conveniente sociavelmente falando! Ahhhh, que difícil, não que eu me ache uma formiga melhor, mesmo porque já tive meus dias de formiga e hoje posso dizer que estou experimentando novas folhagens... To saindo um pouco da fila... Mas dá trabalho quando tem que entrar de novo... Experimenta dar uns roles por ai e voltar para fila... Difícil... Perde totalmente os procedimentos muito e exaustivamente treinados (não tomei droga não, só se um litro de café vira droga! - To lúcida o suficiente para falar assim... Quase sussurrando...).



Ai fiquei assim, dentro das minhas caixas, caixa de dentro e de fora, porque hoje não fui para fora de casa nem para levar o lixo (mas ficou fechadinho no canto da área), cancelei o gineco, a Pietra não fez esporte no SESC, limpei a casa, cuidei das minhas filhas, tomei litros de café e no final da tarde fiz uns fuxicos para enfeitar o vestido caipira da Pietra, que vai dançar quadrilha amanhã na escola...

A única explicação para não falar de certo, errado, respeito e não respeito, entendi finalmente que sempre o que prevalece são as conveniências. Não posso e não disse que estamos corretos, por algumas vezes, ao falarmos alto e ao discutirmos, soltar nossos bichos em formas de palavrão, ou como disseram "palavras de baixo calão" e infelizmente as pessoas ouvirem, não esta certo, também é falta de respeito, mas sinceramente às vezes é quase que inevitável, é como um arroto, um pum, que sai na hora errada e no lugar errado, que na maioria das vezes, nos controlamos, seguramos, mas sai... Às vezes não fede (que alívio) e às vezes fede muito, infelizmente!

Também, preciso citar que o barulho gerado por gargalhadas de madrugada, furadeiras, marretas e martelos fora e dentro do horário, dia útil ou inútil é também falta de respeito, também é barulho, também é chato, também incomoda, principalmente com uma recém nascida e antes eu, uma recém operada  (A Dama agora tá concordando comigo em numero, genero e grau), sim não sei vocês mulheres, mas minhas cesáreas doem tanto, tanto... Que fico um dia a mais internada, uma semana apática e demorei cinco anos para pensar em ter outro filho! Mas é o barulho lícito! Como um cigarro: Fede, a maioria não gosta, não pega bem... Mas a gente tolera... Engole, porque afinal de contas peidar fedido é pior do que fumar um belo cigarro... Longo, demorado... Dá até para fazer bolinhas... Tomar um café junto, fazer charme... No máximo que vamos ter algumas faces de reprovação, uns chegam até coçar o nariz... Mas na boa, relaxa! O peido fedido é diferente, é crime! É horrível! Quem peida fedido, tem que ser massacrado, crucificado e expulso deste Éden verde e amarelo, cívico, honrado!


Gente eu estou podre por dentro... Meus peidos estão contidos tão fortemente, que estou planejando uma forma lícita, jurídica e "fodidica" de fazer o que os fumantes de cigarros de cravos, cigarros importados e looooongooooos, fumem todas as toxinas ali deixadas ao vento... Á todos a quem fomos expostos, sim fomos chamados de PORCOS, não no sentido figurado não, com a vogal O e as consoantes P,C, R,S,... Não porque soltamos nossos peidos fedidos de vez em quando e alguém ou alguns interessados em sentir o cheiro mais perto (tem gente pra tudo nessa vida, até que gosta de sexo com merda), mas sim porque meu carro, meu não, um amigão (irmão) nos emprestou um carro porque estávamos sem, velhinho sim, mas tá quebrando um galho... Está pingando óleo ali na minha vaga de garagem, aquela no qual eu também comprei, aquela na qual eu pago meus impostos, naquela que o carro fica assim cercadinho de faixas amarelinhas e delimitadinhas, mas tudo bem SOMOS PORCOS pelo carro, pelos peidos e pelos arrotos nos jantares elegantes!

Mas isso, mesmo que assim pensado, era para ter ficado só nos pensamentos... Ou entre quadro paredes, nas minhas faixas amarelas... Na minha caixa, no meu papel, só na tela... Mas NÃO os fumantes escreveram para todo mundo saber!

Claro que ninguém gosta de ser chamada de PORCO, porque nunca ofendemos niguem... Peidar em casa é ofensa?


E é óbvio que é conveniente o barulho das reformas no meu ouvido dia e noite, porque o prédio é novo, gente ainda recebendo o sonho da casa própria... Devemos ser TOLERÁVEIS (com os sonhos também), que a meu ver traduz: Toleráveis= convenientes, porque cheiro por cheiro, peido fede mais ou menos que o cigarro? Depende do peido e depende do cigarro, do ponto de vista e da CONVENIÊNCIA... Se for alguém ilustre, bem relacionado, tem grana... Que fume a vontade! Se quiser pode até peidar... Estando no topo da cadeia alimentar, que mal tem? A Dercy Gonçalves falava gritando o que lhe vinha em mente, para quem fosse, palavrões em rede nacional e riam, achavam engraçadíssimo, aplaudida, consagrada, as pessoas pagavam para ver e foi enterrada com toda pompa e mérito!

Há também os que fumam os Derby, que também ninguém tolera, porque é forte demais, fede... Mas, não é cigarro? Não estou entendendo esse lance de peidos e cigarros!!!

Gente... Demorei dois dias para engolir a CONVENIENCIA - Vantajoso, Que convém, Útil, Preciso (retirado da net - estou sem o Aurélio) porque não somos vantajosos, não convenhamos, não somos úteis e nem precisos a ninguém... Somos só PEIDOS...

Exemplo de Conveniências:

Pendurar tapete na sacada - Não Pode!
Pendurar a bandeira do Brasil na copa - Pode!

Gritar é gooooooolllll e estourar rojões - Pode!
Estourar com o marido - Não pode!

Gargalhar alto -Pode!
Reclamar alto - Não pode!

Rico fumando - Pode!
Pobre fumando - Não pode!

Peidar em silêncio - Pode!
Peidar alto - Não pode!

Bom final de semana à todas as formigas, aos peidos (fedidos ou não), aos cigarros (todos) e principalmente aos PORCOS!
(Ah, além do e-mail para os 26 apartamentos se referindo a nós como PORCOS, também tivemos que ouvir que seremos analisados de nossa conduta pelo conselho e o PORCÃO aqui da família teve que se retratar publicamente, sob pena de acusação de injuria, calunia e difamação, porque escreveu o e-mail abaixo, para quem quiser se interrar mais do assunto: 
Boa noite a todos,
Gostaria de expressar aqui, um pouco da minha revolta, se assim posso dizer.
Não sei quanto a vocês, mas eu não estou tendo mais condições de arcar com o valor do condomínio da forma como esta, sem ver nenhum retorno, tá parecendo aluguel (inclusive os atrasados estão aumentando...)!
Gastamos mensalmente R$ 7 550,00 na portaria, R$ 507,07 de Administradora e mais uma cota condominial (R$329,00), (+/- R$ 8.300 ou se preferirem R$ 100 mil/ano) somente para supostamente "CUIDAR" de 26 apartamentos, realmente acho isso um absurdo, sendo que, se este valor fosse investido em MELHORIAS, iria valorizar o NOSSO imóvel.
Não há uma prestação de contas aos moradores, digo, o quadro todo mês vazio... E o boleto não esclarece os gastos...
Manutenção diversas ? (até quando ?) é fundo de reserva ?, Então não é manutenção.
A falta de um zelador é visível, ao menos para minha pessoa, pois, o prédio parece estar abandonado, mesmo gastando R$ 100 mil/ano:
- Halls e as escadas sujas;
- Grama e jardim... Sem comentários;
- Play Ground.... ????
- Lixo na frente ao prédio jogado de qualquer forma na lixeira;
- "LUZ de EMERGÊNCIA.... esta funcionando ?????" até onde eu sei, não...!
- Sinalização (descolando);....
- Funcionários da MRV circulam livremente e entram sem informar de sua presença aos moradores (cadê a circular !);
Desculpem-me, mas este prédio não oferece nada em termos de estrutura (lazer, segurança, Etc..), para pagarmos R$470 / R$ 329, mas com este aporte mensal, já deveríamos ter uma estrutura melhor, ou em vias de... Porque a meu ver, este prédio não está sendo cuidado, mesmo gastando este valor.
Precisamos é de um zelador, funcionário terceiro ou não, que cuide do prédio e não de uma portaria 24 horas (que custa +/- 80% do condomínio) e não pensem que vai inibir algum tipo de assalto (só na frente do prédio já tivemos três ou quatro veículos furtados), pois, aqui é rota de fuga (Anhanguera - Hortolândia, Sumaré, Monte mor, Bandeirantes, etc.) e vai continuar...
Para fazer a segurança do prédio, com o valor que estamos gastando, deveríamos investir em estrutura e somente depois, sim e talvez, verificar necessidade de uma portaria 24 horas (basta ver outros prédios pequenos na rua ou até mesmo no bairro)
Também, o rateio da taxa condominial, deve ser revisto (convenção), pois, não creio que haja necessidade de remuneração, uma vez que o trabalho não é dedicado e já temos a admistradora.
Tá difícil, aceitar 13,84% de reajuste, pois, nem metalúrgica vai dar isto no dissídio, no maximo 1% acima da inflação !
Att,)



terça-feira

Enquanto isso...

Enquanto o jogo não vem e nem a postagem..

(Acho que é uma boa idéia para fazer durante o jogo, blogarrr... Eiii, mestra do Atitude:substantivo feminino, coloca este tópico no seu curso para mulheres tapáticas, como sugestão: blogue durante o jogo)

Coloco este video que recebi ontem pelo e-mail, se não o povo vai achar que eu estou ainda no polêmico Day Valentines...(Não estamos com este fôlego todo não!!!)

Adoro os cachorros!

sábado

Meu jeito de dizer que te amo...

 Para você, meu amor:
  
Para a nossa família:
 

quinta-feira

Um coração para ser salvo...



Aproveitando o "post" que o Rafael, do Baú do Jamal publicou: As Tecnologias do Amor e a visita de uma amiga aqui em casa ontem, resolvi escrever sobre este tema...

Por que sofremos tanto com o amor?

Lembro-me quando morava em São Paulo, sozinha em meu AP, parecia que tinha o mundo aos meus pés, ganhava relativamente bem, freqüentava as baladas do Itaim, Vila Madalena e até mesmo a região da Paulista, com amigos heteros, homos, enfim entrava, em várias tribos, partia sempre em busca de emoções, felicidades fast-food, em busca de preencher aquele vazio, aquele eco gritando dentro de mim e nós bem sabemos o que isso, tentamos com esses lugares meio que abafar aquela voz da solidão...

Não adianta!

Eu sempre dancei muito, aliás, nunca fui de "caçar" homem em danceterias, porque sempre achei que rolar algo ali só ia me atrapalhar no meu desempenho em "It's raining men" ou nas musicas do New Order, Depeche Mode, Pet Shop Boys... Encontros amorosos? Só para o final, como uma cereja... Rsrsr, mas como o final só tem sobras, acabava sempre voltando só...

Uma vez achei que havia encontrado o amor da minha vida... Sai do trabalho, peguei o ônibus para ir dar aulas de matemática em uma escola do estado, ali na Vila Pompéia e do meu lado um cara visivelmente mais velho, 10 anos mais velho que eu... Simpático, carioca (notei pelos ssss) dizia ser engenheiro de ar condicionado (nunca tinha ouvido falar que tinha engenheiro específico para isso), mas ele ali no ônibus, querendo vender seu peixe, não só disse que era engenheiro, mas que morava em AP próprio em uma travessa da Paulista, que tinha um carro e uma moto e que era divorciado! Currículo completo em minutos pensou: Outro desesperado por amor como eu! Tava quase descendo do ônibus e ele me pediu o telefone... Eu dei, ele me ligou... Achei-o um velho chato! Cheio de manias, vegetariano, não fumante (na época eu comia cigarro- hoje never) filha aborrecente... Ah um pacote pesado demais para a gostosona aqui!

Mas, como o amor é a convivência e vai brotando assim, não se preocupando com os defeitos, as manias, os credos, fui gostando daquele SER, ao ponto de esquecer de que eu existia! Já sentiu isso? Amar alguém ao ponto de você sumir dentro de você? É verdade! Isso existe! Pode classificar de neurose, paixão, doença, sei lá... Eu achava que era amor! Ele me ensinou tantas coisas, fui em tantos lugares que jamais achei que existia, fez me abrir os olhos para tantas conceitos... Que eu me esqueci de quem eu era!

Bem, o fato é que após um ano ele terminou comigo (motivos que não vem ao caso) e para quem nunca sentiu essa dor é muito ruim,dói, dói o corpo a alma, o coração, dói os olhos de tanto chorar, dói quando amanhece, quando dorme, quando sai, quando fica... Dóoooooooooiiiiiiiiiiiiiiii!



Pedi alguns dias na empresa, fazia mais de cinco anos sem férias e me isolei em meu mundo.

Em pedaços, me arrastava para qualquer beco, qualquer canto, qualquer qual quer, alugava dezenas de filmes, cigarros, bebidas, cannabis, Chine in Box, filmes e internet... Retalhando-me mais e mais... Sentindo dó deu mesma... Preciso conhecer alguém urgentemente!!!

Ficava na sala do bate papo da UOL... Sarcástica, porque depois da tempestade, você fica má, muito má, principalmente com os homens, começa a tratá-los como objetos, porque afinal de contas você esta com tanta dor que quer causar dor seja a quem for. Pode ser um estranho mesmo... Não importa!

Nas noites, quando tudo silenciava, tudo cansava, no intervalo, na lucidez... Pedia a Deus que olhasse para mim... Resgatasse-me, se possível assim com suas mãos e fechando-as para que eu pudesse ficar ali, sem ouvir os berros dentro de mim, gritos de dor!



Numa dessas salas de bate-papo, conheci o Carlos, ainda fechada, amargurada, não lhe dei a atenção devida, principalmente porque ele não tinha carro, estava no primeiro ano de faculdade e trabalhava em chão e fábrica, que idiotice a minha, às vezes perdemos a oportunidade de conhecer o homem de nossa vida, porque seguimos esse protocolo! Mas ele era o cara, e eu não sabia! Na minha solidão e dor ele me ouviu durante dois meses assim, pelo telefone e pela janelinha do MSN, como um psicanalista, disposto, amigo, querido, tinha o pseudônimo de "Eros" e sinceramente nunca trocamos fotos, eu porque não me interessava mesmo, porque não via a possibilidade de te-lo como nada além de amigo, e ele, também recém saído e um fim de noivado, estava em off, e foi assim, se tornando aquele confidente, aquele amigo que a gente liga chorando as duas da madrugada e ele te faz sorrir... Foi maravilhoso...

Após mais de dois meses, nos conhecemos pessoalmente, tava um frio começo de agosto, bêbada liguei para ele, de madrugada e pedi que viesse me dar um abraço, porém ele se carro falou-me: Não posso... Não tenho carro... Você ai em Osasco e eu aqui em São Bernardo, tenho que esperar o dia amanhecer para eu pegar o ônibus das 5h...! Eu precisava tanto de um abraço do meu amigo!!!

Ele veio, sem saber se eu era loira, negra ou japonesa, magra, baixa, gorda, careca, nada!Ele só sabia que e precisava dele!! Chegou à porta do meu prédio por volta das nove e quanto tocou avisando que estava lá embaixo, não acreditei! Recém acordada, amarrei os cabelos, lavei o rosto, vesti uma blusa de lã e simplesmente abri a porta! Louca?Perigoso? Não sei! Não pensei nisso... Só abri. Ele veio todo arrumadinho, cheiroso com o sorriso nos lábios e o coração aberto, assim como seus braços... Ganhei meu abraço! Nunca mais fiquei só desde então! Isso já tem oito anos!

Por isso, sinceramente, como disse para minha amiga ontem, baladas, bebidas e solidão só nos fazem nos maltratar mais! São mais coisas para nos afundar... Rumo ao fim de um poço, mais escuro e mais fundo! Faça cursos, freqüente uma igreja, ocupe seu tempo com coisas boas, busque na internet sim, mas com critérios e essencialmente para qualquer opção, peça para que Deus te resgate, porque somente ele pode fazer coisas assim na nossa vida!

Pedi para que ela me enviasse um texto, do que ela tá sentindo agora, porque que neste momento, talvez não conseguisse expressar como é de fato esta dor, por que só quem esta sentindo é pode dizer, mas achei tão linda, tão emocionante, que com a autorização da mesma, coloco aqui para compartilhar com vocês o que é uma dor de amor...

Amiga, espero de coração que Deus te resgate assim como Ele fez comigo!



"É difícil descrever o sentimento que esta no meu coração, é uma mistura de insatisfação com frustração imensa, mas ao mesmo tempo é uma dor, causada pela incerteza, de não saber o acontecera amanha e quanto tempo durara esta fase de luto.

Sinto como se faltasse uma parte do meu coração, com o coração fazendo mil perguntas, questionando mil atitudes, questionando ate a razão do sentimento, isto se... Houver uma razão...

Não entendo ate que ponto um homem pode mentir para sua companheira, para a pessoa que estava ao seu lado, nos melhores e nos piores momentos, como pode um homem ser tão frio? Como pode a pessoa que diz que te ama, que recebe todo seu amor, ser na verdade um monstro?


Hoje na minha cabeça existe um monte de perguntas, sem respostas e, talvez souber as respostas não ira aliviar a dor que eu sinto... Qual seria a melhor maneira de aliviar esta dor? Seria sumir do mapa? Seria gritar, chorar, humilhar-se, correr atrás daquilo que se ama? Mas ate que ponto? Será que Deus, não sabe o que esta acontecendo comigo e qual seria o propósito disso tudo?

Vivo me questionando sobre o que será melhor: esquecer ou correr atrás, abraçar qualquer esperança? Mas será que a pessoa, ira levar em consideração tudo o que se passou durante esses anos de namoro? Será que vale a pena, amar incondicional, serão que vale a pena se dedicar as pessoas? Ate que ponto vale à pena gostar de alguém?


Mil perguntas passam na minha cabeça, mil sentimentos vêm ao meu coração: desespero, amor, saudade... A saudade aperta a cada momento, sabe aquela vontade louca de ver o rosto, de sentir o cheiro da pele... De ligar apenas para saber que tudo esta bem... Porque preocupar-se? Essa pessoa te traiu e você ainda preocupa-se?

Todos dizem que o tempo cura, mais quanto tempo? Para quem sofre o tempo é o pior fator... Queria saber o que fazer... Queria uma formula exata... Como sair dessa... E pensar que um dia eu tive nas mãos a possibilidade de escolher quem iria sofrer e, quando optei por não fazer ninguém sofrer, não sabia que isso viria ao meu encontro...

Todas as noites são um tormento, os sonhos vêm te mostrar o quanto você foi feliz... Deveria haver um jeito de desligar os sonhos... Deveria haver um botão de on/off para os sentimentos... Mas quando o sentimento é verdadeiro, como podemos desligá-los...


Na verdade sinto-me perdida, sei que há um sentimento entre a gente, sei que ele gosta de mim, mas existe um medo de não magoar outra vez, existe um n de problemas... Existem amigos que atrapalham, existem n coisas a ser feitas e N coisas a serem corrigidas...

E existe um coração para ser salvo..."