quinta-feira

Minha espiritualidade II

Continuação do post anterior



Passaram-se alguns meses e o ex da minha mãe aparecer, apartamento montado, as mágoas superadas e porque não, retomar? O problema é que minha mãe quando namora, não consegue dividir, ela se dá tanto na relação que se esquece dos filhos, sempre foi assim, ela tem muita dificuldade em partilhar seu amor e sua dedicação, então tudo voltava ao normal, sim o sonho se desfazia: "Andrea minha filha, você não tem nenhuma amiga assim para ir dormir fora?" "Eu não mãe, ainda não fiz amizades, ainda.."- "Nossa, você precisa ser mais comunicativa, não sai de casa, só vive enfurnada aqui dentro... Precisa namorar... Sair..." - É?? Tirou-me do meu mundo, do meu emprego, acabou com minha rescisão, meu namoro e eu tinha que ser expandida? Ah sim...E durante a semana, "Precisamos economizar heim!" - Muitas privações durante a semana, para que pudéssemos viver a família do comercial da margarina nos finais de semana, quando o namorado estava presente, em sua suíte presidencial, com direito a Balantimes 12 anos, refeições glamorosas e o ninho de amor limpíssimo: Lindo, o cenário perfeito para que ela pudesse sempre mostrar sua superioridade, que não estava precisando dele para nada e eu minha infelicidade...

Perguntando-me o porquê tudo se repetia, como um filme que eu já havia visto muitas e muitas vezes...

Um dia, estava assistindo filme com eles na sala e larguei a manta em cima do sofá, minha mãe falou "Andrea leva a manta para seu quarto, não quero bagunça!" - Eu com muito sono... Fui para o quarto e a ignorei. Ele ficou muito bravo com meu desrespeito, como eu, a filha tratada a pão de ló, deixava a manta para a coitada da mãe que trabalhava fora o dia todo para me sustentar, deixará a manta ali e ia dormir com descaso? Falou-me "Você não ouviu sua mãe não?? Eu, respondi, pensando: (Ah tá agora ele vai querer também mandar em mim, já não basta os pingos de xixi dele no vaso que tenho que limpar, ainda vou ter que ouvir), ele então falou: "Venha aqui agora pegar a manta! Obedeça a sua mãe!"

Levantei e fui lá e despejei todos os engasgos... Disse tudo: Que eu comia ovo a semana toda para ele tomar seu Balantimes 12 anos, que eu que limpava a casa, suas sujeiras, que ela ficou em Campinas por causa dele sem recurso para nada e qual eu que tive que ajudá-la... Porque de uma hora para outro eu virei um entulho, uma empata, um peso, como sempre foi percebendo que fui enganada de novo!

Ele ficou muito sem graça, ele não esperava! Minha mãe ficou com vontade de me esganar só com o seu olhar fulminante, lógico desmanchei seu cenário, sua farsa!

Nunca fui uma filha quieta ou obediente, era respondona, desobediente, independente, mas fiel e companheira, hoje vejo que eu tinha muito pouco porque havia recebido o mínimo, o menor, o pouco...Mas ainda não sabia dentro de mim transformar aquele pouco em muito, hoje eu sei que é possível! E nas minha construção de um ser que vivia sendo demolido, conheci a possibilidade de fazer bons alicerces, tijolos contruidos não só a dois....



Comecei namorar com meu ex marido, ele tinha uma locadora de vídeos no bairro onde morava com minha mãe em Osasco, bem em frente onde eu descia do ônibus quando eu voltava da escola (estava terminando o terceiro colegial). Ele é alto, era muito bonito, simpático e extremamente educado. Alguém para me salvar o coração? Voltava da escola, passava na locadora e ficava ali à tarde, conversando com ele, achando que era impossível um cara daqueles se interessar por uma moça com roupas tão velhas como as minhas... Lembro-me um dia que ele me disse que me reconhecia pelos tênis, nos degraus do ônibus, tênis com o solado abrindo na frente... Rsrsrs... Isso porque minha mãe fazia eu buscar seus "taier" quinzenalmente na costureira do bairro, sempre muito elegante, eu realmente não parecia sua filha...

Foi tudo muito rápido, começamos a namorar e logo nos tornamos inseparáveis... Minha mãe lógico adorou a possibilidade de me ver longe dali nos finais de semana e eu uma maneira de fugir do teatro de mãe carinhosa e zelosa nos finais de semana... Perfeito!

A mãe dele não gostou de mim, claro, eu pobre e ele não rico, mas de família bem melhor que a minha, comerciantes, tinham lotérica, locadora, lava rápido, banca de jornal e revistas, moravam em um bairro nobre, casa bem grande e eu a descuidada pela mãe... Pela vida...

Como contar para a família de seu namorado que seu pai quando bebe dá tiros pela casa para se divertir e se tem que ir para debaixo da cama ou pular as janelas porque o pai ouvindo Pavarotti ou Frank Sinatra, enlouquecido com a bebida, fazia o teto da casa de minha avó, construída a no mínimo 40 anos, de peneira só porque achava divertido... Para simplesmente rir! Ou dizer que ele tinha muitas armas diferentes, baionetas e facões de Samurai, apaixonado por todo tipo de arma, brincava, insano e embriagado de furar as coisas... Rasgar travesseiros e colchões... Cortar objetos para assim testar a exatidão das lâminas de sua coleção...

E era assim que se vivia com meu pai quando minha mãe resolvia compartilhar a guarda com ele...

Ou dizer que se prefere dormir lá, não para transar com o filho dela, engravidar para fugir de casa... Não isso ia demorar muito... Queria ficar lá para fugir naquele dia mesmo, naquela hora, na hora da janta, do café da manhã... Tinha que ser para o dia... Sempre para o dia...

Passei a vida fugindo das pessoas e de seus teatros... Dos seus shows! Do seu melhor e do seu pior, fugia do caos e das situações de plena felicidade, fugia da falta do amor, fugia dos excessos...

Mesmo porque ninguém acha isso possível... Ou era exagero meu, ou eu era um ser revolto, porque quando eu mencionava algum fato da minha vida, as pessoas simplesmente não acreditavam! Eu via isso em seus olhos, porque as pessoas acham que sempre estamos exagerando, inventando, criando artifícios para sermos aceitos e amados, mas tudo que relatei e relato agora são fatos tão reais que muitas coisas eu simplesmente esqueci... Às vezes o Carlos me pergunta sobre fatos no Brasil e no mundo, ou desenhos e musicas de nossa época e muitas coisas simplesmente passaram e eu não vi, eu não vivi, porque eu estava mergulhada nas minhas questões, nas minhas angústias, fugindo de fatos e lugares e quando a gente corre, nós não olhamos para o lado, não admiramos as paisagens, não vemos os detalhes...

As essências e os perfumes...

Era véspera de Natal, eu ansiosa para passar com ele, sabe aquele começo de namoro, a paixão, me lembro que quando eu ia à locadora e ele pegava na minha mão, como pretexto para falar alguma coisa, meu coração batia tão rápido que eu poderia sentir em minha blusa... Eu ficava contando os minutos na escola para que na volta, próximo ao horário do almoço eu pudesse parar ali e ficar falando dos filmes, de ver seu rosto, seu sorriso, ele tinha tanta alegria, tanta vida, que eu queria um pouco para mim! Sua família, com pai e mãe em casa, irmãos, tudo isso era tão atraente, tão importante...

Meu irmão mais velho, um dia numa praia em Vitória, conheceu sua primeira namorada, moça simples, do interior do Rio, família grande, resolveu casar em menos de um ano... Vivíamos em busca de um pouco de afeto, um pouco de amor, um pouco de gente normal e quando achávamos não perdíamos tempo... Conheceu-a em julho e marcou o casamento para dezembro. Ele se casou na cidade dela, a 16 horas de SP, Itaperuna, interior do Rio, divisa com o Espírito Santo, no dia 27 de dezembro, minha mãe ordenou: "Você vai passar o Natal conosco, lá em Itaperuna, e ficaremos na casa da noiva dele até o dia do casamento!" Falei nãooooo! Não posso! O namorado, o Natal com ele...Estou tentando me aproximar de sua família! Não posso! - Ela não deu chance- Se você não for, te ponho na rua! 

Minha mãe sempre resolveu as coisas conosco assim: Desobediência doméstica: Apanhava ou ficava de castigo (também já chegamos a ir para o chuveiro gelado para pararmos de brigar). Tínhamos uma tabela na casa dela, ela mandava emplasticar para não rasgarmos, eram as obrigações de domingo a domingo, roupa, louças, banheiro, etc., Ela com justiça, dividia todas as tarefas, tarefa cumprida, escolhia um passeio no final de semana, um dos três não cumprisse algum item, nenhum dos três saiam. Outros momentos o castigo era morar com meu pai ou com algum parente que nos quisesse! E cumpria isso a risca... Depois acho que se arrependia e ia nos buscar... Depois fazia tudo de novo e de novo e de novo... Isso desde que tínhamos 8, 10 anos...

Chegamos a Itaperuna, Pequena... Muito quente e feia! Iríamos dormir com pessoas que jamais vi antes, minha mãe empolgada por meu irmão relatar que a família da moça tinha um grande comércio na cidade, um grande casarão de três andares. Muito empolgada, porém  preocupada com a possibilidade do casamento não acontecer, pelo fato de que a família dela soubesse que ele vinha de uma família de pais separados. Eles mentiram, sim eles disseram que tinham uma família perfeita! O namorado da minha mãe era o pai e vivíamos todos em perfeita harmonia!
Ótimo se meu pai não aparecesse com sua mulher espetaculosa , com minha avó e irmão mais novo, no dia do casamento logo pela manhã...

Claro que não tinha lugar para nós na casa, Claro que se estivesse minha mãe não ia ficar depois que ela viu onde e como, Claro que ela se arrependeu até a morte de ter ido antes do Natal lá, Claro que eu fiquei muito brava com toda àquela situação... O que eu estava afazendo lá? Poderia ir sim ao dia do casamento, mas todos àqueles dias só para que ela mantivesse uma mentira, as aparências?

Bem fomos para o único hotel da cidade, não tinha T.V, apenas um ventilador velho, ruas de terra (inclusive da casa da noiva), muito pó, somente uma pracinha identificando o centro, calor de 200 graus, porque além de ser dezembro a cidade fica entre dois morros e não circulava ar... Para se ter uma idéia do calor, piquei 18 kilos de pimentão para o vinagrete para a festa do casamento e azedou tudo, da tarde para a noite... Fora que azedou os frangos que o pai da noiva havia matado de madrugada, só não azedou o porco, morto pela manhã, porque já o colocaram para assar e assim ficou até na hora da cidade inteira, que foi convidada para a festa o atacar!

Eu nem vi os noivos na festa. Tinha tanta, mas tanta gente que era impossível achar alguém lá...


Antes da festa aquele silencio mórbido porque o meu pai chegou com sua companheira e logo a família soube que se tratava de uma família com mais podres do que os frangos assassinados pela manhã... Enfim, meu pai com 50 anos, acabará de ter tido duas lindas gêmeas e quando ele chegou e após alguns momentos de revelações e estranhamento... A coisa dissipou e eu fui muito curiosa saber das meninas, queria muito ver fotos, pois elas tinham ficado com a avó materna em Campinas, devido à longa distancia para assistir ao casamento...

Minha mãe ficou brava pelo fato de eu ter ficado durante o dia da festa e na festa com o meu pai e a mulher dele, não foi nada proposital e nem dava preferência a ele, porém o fato dele ter tido duas lindas meninas, me deixou curiosa, encantada, próxima deles pelo nascimento, é óbvio... Mas ela não aceitou ficar só, diante de tudo que havia acontecido, não gostou dos meus movimentos, frente à nova família do meu irmão, sentiu-se humilhada e só perante todos!

Na verdade já estava envergonhada pela mentira, por ter que pedir para o namorado não aparecer, pois meu pai mesmo com filhas recém nascidas iria sim à festa, envergonhada de ter vendido para aquele povo simples, humilde, mas de coração puro, a farsa da família perfeita, porque meu irmão não conseguia admitir seu pai e sua madrasta alcoólatras e sua mãe com outro homem... Nestas cidades ainda havia muito preconceito com as "largadas do marido", como muitos dizem...

Na festa muita confusão, muita gente, chegou no meio do barulho e no meu ouvido disse: "Você se vira para ir para SP, estou indo embora agora!" - E simplesmente saiu!

Lógico que eu não acreditei que ela iria ir embora da cidade, me largando no meio da festa, numa cidade que ficava 16 horas de SP, sem dinheiro, meu pai com o carro cheio, pois além da minha avó, meu irmão mais novo estava com ele... Minha avó paterna ainda foi atrás dela na festa e ela muito grossa, falou para minha nona cuidar da vida dela!

Enganei-me! Ela foi embora à mesma hora, foi no hotel, fechou a conta, deixou minha mala pronta na recepção do hotel e partiu sem me deixar nada...

Fomos embora pela manhã, apertados, minha avó sufocando na parte de trás, viagem tensa e cansativa, chegamos em Campinas pela manhã e na mesma hora fui à rodoviária peguei o ônibus para Osasco... Me arrastando fui...

Cheguei ao apartamento na parte da tarde, antes havia passado na locadora, fui ver o namorado, abraça-lo, contar o que havia acontecido, mas logo fui para casa, precisava de um banho e descanso... Muita viagem... Muito pó e muito calor! Estava exausta por tudo, no físico e no mental... Não via a hora de tomar banho no meu banheiro, sentir o cheiro do meu travesseiro, ah descansar de tudo aquilo!

Quando fui abrir a porta, percebi que estava trancada, apertei a campainha e nada... Ouvi barulho da máquina de lavar roupas, toquei de novo... Nada, pensei: "Será que ela dormiu??" "Ou foi tomar banho??" Esperei alguns minutos, toquei a campainha e nada...

Em frente ao nosso apartamento tínhamos uma vizinha, não gostava muito dela, tinha dois filhos hiperativos e por conta disso, dopava-os com antialérgico, eles dormiam o dia todo e ela mentia para o marido que as crianças eram super alérgicas... Horrível aquela mulher! Mas resolvi tocar a campainha dela para ver se ela sabia de alguma coisa...

Ela me disse que minha mãe havia chegado sim que tinha ouvido barulho dela saindo... Pediu que eu entrasse e contasse sobre o vestido da noiva... Essas curiosidades sobre casamento, o que tinha para comer, etc.

Fiquei lá uns dez minutos, pudemos ouvir o barulho da minha mãe chegando... Terminei o café que ela havia passado só para eu tomar e contar... Peguei minha mala e fui... Quando tentei abrir, fechada apenas com a corrente, falei; "Mãe sou eu, pode abrir... - Se soubesse o que iria acontecer, não teria entrado!

Ela havia separado uma cinta, jogado minhas roupas num saco de lixo preto e quando entrei levei uma surra de cinta, na qual marcou meu rosto, minhas pernas e meus braços... Não derrubei uma só lágrima, não fiz um só movimento, deixei que ela descarregasse toda a sua ira, sua impotência frente o fracasso de uma farsa mal sucedida, uma suposta humilhação, deixei ela me marcar o quanto pode e quis, porque seria a ultima vez que tocaria em mim... Jurei a cada cintada que recebia que nunca mais veria aquela mulher amarga, infeliz, mentirosa... Como senti raiva aquele dia! Assim que ela terminou, pegou o saco com minhas roupas me entregou e disse para eu ir embora para a casa do meu pai, pois com ela eu não moraria mais... Sim, ela encontrou a desculpa perfeita pra colocar aquele móvel que não servia mais na rua! Eu tinha 18 anos e fui jogada na rua de novo!

Ela sempre colocava nossas roupas em sacos de lixo preto, grandes e reforçados... Junto com as roupas, também as lembranças, os desenhos, as cartinhas , os presentinhos escolares de Dia da Mães... Sempre fomos jogados com todas as nossas partes... Sempre!
O que fazer nesta hora? Eu sem emprego, sem dinheiro nem para voltar para Campinas e sendo essa opção voltaria as alucinações do meu pai com minha madrasta, ao sofrimento de minha avó assistindo tudo isso de camarote, meu irmão se drogando com os amigos... Eu não queria mais! Eu já tinha pulado desta página, eu já tinha conseguido ir mais além, eu já havia feito esta conquista, já tinha este troféu na minha mão, como poderia recomeçar aquela partida de novo! Eu não podia, por orgulho, por fraqueza, sei lá, mas não podia, nãooooooooooooooo

Fui até a locadora, de novo, marcada, chorando com o saco preto nas mãos... Ele me abraçou e por muito tempo chorei atrás do balcão, nos fundos...onde ninguém pudesse me ver, escondida, num buraco de tristeza e vergonha... Vergonha das marcas... Tristeza da vida, cansada de tudo, cansada de mim...

O amor nos faz somente cegos quando ele nos toma, mas nos torna cruéis, desprovidos de alma, na falta dele. Precisamos do amor para que possamos não só viver, mas que possamos com os nossos frutos alimentá-los, porque a falta de amor pode ser uma doença congênita, mas há remédio, há cura, há qualquer momento que se deseje amar alguém, procure a Deus, pois ele nos restabelecerá e nos alimentará a cada dia para que nossos simples sentimentos transformem-se em atitudes de amor... Eu precisava de atitudes de amor comigo... Eu precisava de atitude de amor!



Por favor alguém me ajude!
(continua)

30 comentários:

  1. RS RS RS...acredite, estava com seu blog aberto lendo o post anterior..

    Não fez nada não, eu que ando muito muito atarefado com umas coisas chatas do trabalho...

    Vou ler os dois e volto pra comentar...

    beijo

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  2. És guerreira Andréa :) E tens muita história pra contar.
    Beijo.

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  3. Andrea, não sei oq falar dessa segunda parte do seu texto...se já estava revoltado com o relato sobre sua mãe, piorou nesse...

    Desculpe, mas sou uma pessoa passional, eu me envolvo e tomo partido, e não está sendo diferente enquanto leio seus textos...me questiono muito a respeito de pessoas assim...eu adoro o ser humano, acho a complexidade de cada individuo fascinante, mas não consigo compreender pessoas que agem dessa forma...desculpe.

    Espero a 3° parte...rs

    beijão.

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  4. Oie, volto com calma depois pra te ler com a calma que vc merece, mas agora passo pra deixar beijos!
    She

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  5. Oi Andrea!! Menina, que transmissão de pensamento! Acabei de escrever sobre você lá no blog e quando terminei vi que você havia postado a segunda parte da sua história! Vou ler com calma mais tarde pois estou saindo para deixar as criancas na escola! Ah! Você recebeu o email que enviei ontem? Um beijo, até mais tarde! Deia.

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  6. Bem, li as duas partes de uma vez só, duas vezes, com a calma que vc recomendou. É um relato de vida, denso, doloroso de uma vida complicada. Acho que todo ser humano tem um lado negro que se opõe a um lado luminoso. Mas quando o ser humano em questão é nossa mãe, fica muito difícil enxergar essa luz em meio a tanto egoísmo, tanto desamor, tanta inconsciência, tanta insegurança num momento da vida em que, crianças, precisamos exatamente do oposto disso.
    Ainda não vou finalizar. Espero a 3ª parte.
    Beijos, guerreira e amiga Andréia, e obrigada por sua presença e comentário no meu blog.

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  7. Querida Andrea acabei de ler o seu post e estou aqui, meio sem palavras. Um relato muito íntimo, sincero e comovente.
    Por quantas agruras você passou, e como deve ter sido difícil caminhar com tanta dor, mas pelo título do seu post, acredito que você tenha encontrado algo maior, capaz de fazê-la revistar seus mais profundos doloridos sentimentos.
    E muitas vezes, nós acerditamos que temos problemas.
    Um grande beijo e aguardo o desfecho dessa história que me parece, hoje, ser feliz.

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  8. Vc mostrou no seu texto quantos dramas se escondem por trás de cada pessoa! Relato comovente...

    Beijocas

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  9. Andrea, aqui tb só posso dizer q aguardo o desfecho da história. São muitas tristzas, decepções e mágoas... tudo isso, no fundo, tem que servir de aprendizado pra gente, mas como é dificil, como é duro olharmos pros nossos proprios pais, e não acharmos amor, presença e compreensão.

    Bjos
    Passa no meu blog se quiser, a casa é sua como de tdos os amigos.

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  10. Olá Querida Andreia, li com bastante atenção o teu post e devo dizer que gostei imenso da forma como o escreves. Não sei se é ficção ou não, fiquei com a sensação de que é a tua história de vida.
    Não me surpreende s história, mas admira-me bastante... eu sou mãe, e em primeiro lugar estarão sempre os meus filhos, aínda que saiba, que muitos pais, depois de tudo o que fazem pelos filhos, são votados ao abandono pelos mesmos. As circunstâncias do mundo em que vivê-mos, o frenesim diário, o corre, corre, faz com que não tenhamos tempo para nada... é a factura que pagamos, pela dita benesse de vivermos, no 1ºmundo. Adiante... e retomando o meu raciocínio.

    É muito dificil aceitarmos que temos uma mãe que age da forma como descreves.

    Tem uma boa semana. Bjs desta amiga do lado de cá do oceano.

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  11. Andrea, estou engasgada com a sua história, e como ainda não te conheço como a mulher que hoje é, vou passear um pouquinho por aqui, pra saber de você enquanto não leio o próximo post. O que sei, somente por ler essas linhas, é que você é forte, e por mais que tenha sido partida em pedaços, é inteira.

    Um abraço apertado e um sopro de beijo com carinho pra você

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  12. Andrea, o que me anima na leitura é saber que agora vc está bem. Ufa!

    bjs

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  13. Estou esperando o desfecho.
    Desculpa te dizer isso... mas você nunca teve uma mãe. Essa é a verdade. Tô passada!
    Imagino que de certa forma deve tá sendo ruim pra você falar dos seus fantasmas.

    BeijoZZzz

    Fica bem!

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  14. Boa noite,Andrea queriiiida!
    Tudo bem contigo?
    Espero que sim!
    Vim deixar um abraço
    e ler as novidades do teu blog!
    Meniiiina, que história! Cheguei a ficar tensa!
    Que tu encontres a paz que mereces no teu coração, minha linda!

    ABRAÇO AMIGO!
    Aproxime-se mais.
    Tente sentir do que um abraço é capaz.
    Quando bem apertado, ele ampara tristezas,
    sustenta lágrimas, combate incertezas, põe a nostalgia de lado.
    É até capaz de amenizar o medo.
    Se for cheio de ternura, ele guarda segredos, e jura cumplicidade.
    Um abraço amigo de verdade divide alegrias e se apraz em comemorações.
    Abraços são pequenas orações de fé , de força e energia.

    Olhe para o lado:
    Há sempre alguém que quer ser abraçado e não tem coragem de dizer.
    Enlace-o.
    O pior que pode acontecer é ganhar de volta um sorriso de carinho,
    ou, quem sabe, uma palavra sincera.
    Você vai descobrir que ninguém está sozinho,
    e que a vida pode ser um eterno céu de Primavera.

    Com carinho,

    beijinhos e abraços pra ti!!!

    Sônia Silvino's Blogs

    Vários temas & um só coração!!!

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  15. Por isso que dizer que "mãe é quem cria" é algo certíssimo, né, Andrea? As atitudes da tua mãe não a qualificam como "mãe" (no sentido amplo do termo), na minha opinião.

    Fiquei com um nó na garganta...

    Espero que compartilhar isso tudo esteja te fazendo bem, te aliviando.

    Beijo, vou acompanhar a continuação, viu? E obrigada pelo carinho, lá no blog, seja sempre, sempre bem-vinda! =)

    ℓυηα

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  16. Oi Andréa! Acabei de ler essa segunda parte. Via histórias parecidas com sua no noticiário e sempre me perguntava como as crianças reagiam a todos esses horrores. Você está me contando algo muito doloroso, mas que está me ensinando tantas coisas... Até aqui me pareceu que você sempre teve clara a noção de que precisava sobreviver - não se deixou sucumbir, seguir o caminho de seu pai ou de seu irmão. Mas, não tiro da cabeça a imagem que você descreveu de estar sentada nos fundos da locadora, marcada, humilhada, chorando. Fico pensando tudo que passou pela sua cabeça nessa hora!
    Quantas coisas a repensar... E a agradecer! Um enorme beijo, Deia.
    PS: Recebeu meu email? Mandei ontem de madrugada?

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  17. Olá Andrea,

    Seu post conseguiu me arrancar sorrisos e lágrimas. Comecei sorrido quando li a comparação que vc fez no início do post com o comercial da Margarina. Achei fantástico e abri um sorriso pela crítica bem feita à propaganda.

    Bom, a coisa começou a me derrubar nos parágrafos que se seguiram. Diversas vezes enquando li sua narrativa, parei e pensei "Meu deus, o mundo precisa de amor!".

    Ainda não sei qual é o rumo que tomou o relacionamento com sua mãe, mas espero que, de alguma forme, vc tenha conseguido a perdoar. Vc é grandiosa, e passar por tudo isso mostra seu tamanho.

    Sua história anda me sensibilizando e me tornando melhor.

    Obrigada,

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  18. Primeira vez aki! Vim do blog da Vaneza e eu li tudo, as duas partes. E quase chorei.
    Me identifiquei com seu relato.
    A diferença é que minha mãe ainda é casada com meu pai e eu ainda moro com eles (apesar de ela querer me por pra fora sempre que briga com meu pai ou qdo se estressa por qq coisa, mais eu sou ozada, ela me teve, me aguente!)
    Ela me culpa das brigas que tem com papai e meu irmão (mais novo) é o amor da vida dela. Tudo só presta se ele fizer.
    Vive me lembrando que eu dependo dela (arrumei um emprego bom essa semana, graças a Deus!) e etc...
    A única coisa que faço é estudar e trabalhar...
    Não saio, não me divirto (e qdo vou ela acha ruim e pergunta porque eu não estudo!)
    Bom, em resumo, eu te compreendo... Muito!

    Fico no aguardo da proxima parte!

    bjOs!

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  19. Meu Deus, Andréa,

    Li cuidadosamente seus dois posts, e lágrimas vieram aos meus olhos sem que eu fizesse força, ao contrário do amigo acima, sou passional.
    Não consigo apenas ler, eu entro totalmente dentro do relato, os quadros na minha mente aparecem com uma nitidez espantosa, não há como não se emocionar,
    e vc escreve tão bem, amiga, vc é uma das pessoas mais lúcidas que já tive a oportunidade de conhecer,
    descortina sua vida como poucas pessoas,
    e dá para ter uma idéia do tamanho da sua dor.
    Sei que escrever pode ser uma forma de catarse, e vir a fazer bem, e poderá ajudar outras pessoas que tiveram que trilhar este mesmo caminho...

    aguardo a continuação...

    Beijos para vc!

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  20. Oiê,

    Tenho o seu ponto de vista... É por isso que eu digo: "SOMOS ÁGUAS..."

    Beijos, :)

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  21. Oi Andrea vim visitar e fiquei totalmente chocada com o seu post... que barra hein amiga? só posso te desejar toda a felicidade do mundo p/ compensar tanta tristeza e aguardar a próxima parte desta história..
    beijão lindona!!
    sermulhereomaximo.blogspot.com
    Venha me visitar quando puder tá!!

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  22. Tantas agruras na caminhada, Andréia! Tantos percalços e tão doloridos! E o pior de tudo é essa dor sufocante provocada por quem deveria oferecer colo, amor, aconchego...

    Já percebi, nas entrelinhas, a sua transformação, a sua humanização enquanto ser em construção, mas sei que o relato avançará nisso também.

    Cada um de nós tem os seus percalços. Eu também tenho os meus e são horrendos! E isso alimenta minha sede de vida!

    Que dizer de um engraxate de rua, depois servente de pedreiro, chegar à Pós Graduação e ao Mestrado?! Alcançar lugares inimagináveis!

    Enquanto Diretor de uma faculdade, nos arredores de Brasília, num ambiente de exclusão social e estigmas, usava a minha história de vida para sensibilizar meus alunos.

    Quando eles chegavam chorando suas agruras, suas terríveis dificuldades, eu lhes dizia do lugar de onde vim. Perguntava-lhes se naquele Diretor, que conduzia um ambiente acadêmico com mais de 2000 alunos, conseguiam enxergar um servente de predreiro trabalhando dentro de um cemitério. Ao relatar, fazia-os refletirem sobre escolhas, sobre perseverança, sobre vontade, sobre entrega plena à utopia de vida. Sobre possibilidades! Sim... possibilidades!

    Mas já me alonguei demais. Não vou avançar nos comentários. Quero esperar o desfecho de sua história. Há dor no seu relato, mas já antevejo o renascimento de uma outra mulher!

    Um grande beijo no seu coração!

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  23. Oi Andrea...o melhor de tudo isso ´qu hoje voc~e até consgue conatr sobre tudo o que aconteceu aparentemente sm se deixar pela raiva ou pela mágoa, assim parece, não que as lembranças não te incomodem, mas existi uma uperação em você que a faz ser maior que isso tudo, assim me parece, s sua mãe não aprendeu nada com isso tudo, acredito então que lea tem muitos caminhos tortuosos ainda pra passar até que lhe chegue um outro entendimento do que são valores na vida de uma pessoa...
    Voc~e tem nas mãos suas filhas para fazer sua história de vida difernte...continue assim...valorizando e significando a sua maternidade, tornando-a o seu pilar, tornando-a a sua bussola de vida...
    Vou te deixar esta prece que achei muito bonita...guarde-a no coração na alma...pra você e sua família ok...

    "Que o caminho seja brando a teus pés,
    O vento sopre leve em teus ombros,
    Que o sol brilhe cálido sobre tua face,
    As chuvas caiam serenas em teus campos,
    E, até que de novo eu te veja,
    Que Deus te guarde na palma da mão. "

    Bênção Irlandesa

    Um abraço na alma....bom domingo em familia....
    Beijo...

    Elcio

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  24. Oi Andrea! Eu sou a Luli, filha da Deia. Estou participando de um Meme bem divertido e a minha mãe achou que você iria gostar. As regras estão lá no blog, são super fáceis de seguir! Espero que goste! Um beijo, Luli.

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  25. A vida nao é fácil né querida?
    Sei muito bem como é isso, mas são àguas passadas.
    Vamos renascer das cinzas e ser feliz.
    És uma guerreira e merece tudo de bom nessa vida, é o que te desejo de coração.
    Felicidade!!!!
    Tenha uam semana especial.
    Com carinho, Lady.
    Bjão

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  26. Pois é... sobre seu comentário no meu blog sobre o pós-cirurgia, achei perfeito... As pessoas devem apenas se colocarem disponíveis, mas sempre acham que perguntar o tempo todo é sinônimo de cuidado... rs

    Beijocas e obrigada pela força...

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  27. Imagino o quanto ele deve ter ficado sem graça. (sorrio, pois foi cômico o namorado). Vou me comovendo a cada palavra; é incrível como as misérias nos chamam a identificarmo-nos! Possuo uma bela coleção de desprazeres, porém deles eu não falo, nem é por nada, apenas não consigo...
    Neste momento da minha leitura eu torço para que seu relacionamento que não deu certo dê certo, é o momento em que você narra sobre o quanto estava apaixonada durante o namoro. (rindo, pois a festa foi cômica)...
    As cintadas me doeram no coração, sei lá. Estou tentando não ser piegas em minha maneira de expressar, mas está sendo tão difícil lhe ver em situações tão tristes e desesperadoras...
    É! Estarei agora aguardando a continuação de sua história, Andréia. Já completamente cativado por sua narrativa. Torcendo para que você revele ao final que não se tratou de ficção. (sorrio, pois brinco).

    Parabéns pela maneira que está narrando e abraço do Jefhcardoso

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  28. Olá Andrea,

    Caramba! Estou impressionado! Como pode alguém, principalmente uma mãe, ser tão cruel?

    Minha enteada vai fazer 10 anos. A mãe dela, minha namorada, se desdobra por ela e eu procuro participar ativamente da educação da menina. Sou carinhoso e brincalhão, mas também sou rígido (e muito) quando se faz necessário, lógico, a menina gosta mais do meu lado carinhoso, mas mesmo eu sendo duro com ela quando necessário percebo que ela gosta cada vez mais de mim do que do próprio pai, pois em mim ela encontrou duas coisas que o pai infelizmente não consegue transmitir de forma alguma... amor e segurança.

    Que você possa ser sempre para seus filhos a mãe que sua mãe não foi para você.

    "Mãe é o nome de Deus na boca das crianças."
    (desconheço o autor)

    Bjos!

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  29. Andrea,

    É com grande alegria que viemos te convidar, mais uma vez, a participar conosco da blogagem coletiva do mês de Junho, cujo tema é

    "O que você faria se, por um dia, se tornasse alguém do sexo oposto?"

    A blogagem tem início hoje e vaí até sexta-feira, dia 02 de Julho.
    Ficaramos muito felizes em tê-la conosco novamente!

    Beijo grande!

    Sanzinha

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  30. Andrea,

    Desculpe-me, confesso que havia lido apenas uma parte de seu post...
    Se for sua história de vida, pode contar com muitas preces!
    Sua vida parece um romance, repleto de sentimentos que somente uma alma experiente poderia expor de forma tão real.
    De qualquer forma, acredito que seus leitores, assim como eu, estão aguardando a continuação
    para saber mais.
    Agora, vou ler seus posts com bastante atenção!
    Como diz nossa amiga Lady: -renascida das cinzas. É a verdadeira fenix, ou está ensaiando? rsrs!
    Beijos :)

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